Crédito desta foto: eu mesma inspiradíssima...

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22 de set. de 2009

Um festival totalmente Lado B



Pelo décimo sexto ano, Salvador tem a honra de abrigar um festival do mais alto nível e que só nos causa orgulho. O Festival de Música Instrumental da Bahia acontece de 24 a 27 de setembro, no Teatro Castro Alves. Jazz, samba, forró, frevo; sons experimentais ou tradicionais e pesquisa se misturam em um dos mais tradicionais eventos de música da cena cultural baiana.

Como vocês podem ver, esse evento é muito mais que um motivo para adiantar a atualização desse blog para uma quarta-feira, pois só fiquei sabendo do evento ontem. Perdoem-me a falha. Mais ainda dá tempo de você ler esse post, se agendar para amanhã, se instalar em uma das confortáveis cadeiras do TCA e carpe diem! Até porque (pasmem!), o ingresso custa R$ 10 (inteira). Sexta-feira está difícil decidir para onde ir: mini jam na creperia do MAM com abertura da expoição de Sophie Calle ou TCA...

As atrações prometem encantar a platéia, a exemplo da baianíssima Orkestra Rumpilezz (http://www.rumpilezz.com/) com seu já conhecidíssimo preciosismo e originalidade (frase complicada, hein! rrsrsr...); da pernambucana (e internacionalizada) SpokFrevo Orquestra (http://www.spokfrevo.com.br/); e do violoncelista Jaques Morelenbaum, que dispensa apresentações.

Como verdadeiros heróis da resistência, os curadores do Festival - maestro Zeca Freitas e o pianista e diretor de teatro Fernando Marinho - realizam a XVI edição, que estava prevista para 2008 (a causa mais provável é falta de patrocínio - não tive tempo de apurar). Isso nos mostra o quanto devemos dar ainda mais valor a uma iniciativa como essa. Esse evento já contou com atrações nacionais e internacionais de peso e teve como local de realização o encantador Forte São Diogo. Simplesmente um luxo.

Para não perder o costume do pessoal do Lado B - tudo cabeção... rsrsr... - vai o link do belo e estilosíssimo site do Festival, exatamente na seção que conta a sua história (http://www.festivalinstrumental.com.br/festivais/historia.php). Ah, não deixe de conferir as seções de fotos, cartazes e programas relativos às diversas edições: é uma verdadeira viagem no tempo e um importante registro para a nossa cultura.

19 de set. de 2009

Sophie Calle combina com crepes

Uma das exposições mais esperadas dos últimos tempos chegou a Salvador, já tendo passado por Sampa, em ambos os casos pelas mãos de Solange Farkas, curadora do MAM-Bahia. A exposição "Cuide de você" fica em cartaz de 22 de setembro a 22 de novembro. Esse trabalho surgiu a partir da experiência de uma artista plástica francesa, Sophie Calle: seu namorado terminou o relacionamento com uma carta por e-mail (leia post "Quer sua obra num museu?).



A boa nova é que vai haver uma apresentação musical de abertura na creperia do MAM na terça, 22, a partir da 17 horas; e sexta, 26, a partir das 20 horas, com a banda base da Jam no MAM e presença da artista francesa.





Além dos crepes doces e salgados com nome de bairros de Salvador (o São Joaquim é tudo de bom), que são o forte da casa, todos os pratos são ótimos e o atendimento, primoroso.



Pode-se beber um bom vinho (para os não alcoólicos, os sucos são saborosos e criativos como limão com capim santo) e saborear uma pasta no deck ao som do mar e de uma trilha sonora de arrepiar: Chico Buarque, Vinícius de Moraes, além de artistas menos conhecidos e de outros idiomas pátrios, mas com grande talento.


A estrela da exposição já se encantou com o lugar e tem frequentado-o nos últimos dias. Então se puder chegar cedo para pegar o por do sol especialmente desse ângulo, sua alma agradece. Mas a vista noturna também não deixa a desejar. O MAM, ah, o MAM...

Fotos: http://www.sxc.hu/ e arquivo pessoal.

11 de set. de 2009

O abará e o asfalto




Sair do trabalho, de preferência numa sexta, e saborear aquele abará maravilhoso para manter o nível de dendê no sangue baiano (de nascimento ou adotado)? Não tem preço. E, para comer abará, tem que estar de pé no asfalto, ou sentado em algo bem rústico ou simples, e na companhia essencial do céu aberto lá em cima, coroando a noite com estrelas e a bela lua. Quer mais felicidade que isso?

Tudo bem, tudo bem. Eu lhe indico algo para fazê-lo ainda mais feliz. Vá ao acarajé da Jaci, no Parque Júlio César, ou naquele que fica em frente ao prédio da Petrobras, no Itaigara. O primeiro já foi reconhecido, inclusive, pelo ranking da Veja Salvador. Eu chamo atenção especialmente para o vatapá. Ah, que vatapá, meu Deus! E olha, eu saboreio abará com vatapá, salada e pimenta há cerca de quinze anos e está exatamente igual: de-li-cio-so. Gasta-se em torno de 3 reais e ainda leva gratuitamente o sorriso da Jaci com sua energia boa demais.

O segundo, ao que me consta, nunca recebeu premiação formal, mas é top entre meus amigos - pessoas de muito bom gosto; eu garanto! Deixa contar algo... Está sentado(a)? A iguaria é preparada com camarão na massa e, alguns já vêm com a pimenta! hummmmm... Dá água na boca. O preço é mais que convidativo: R$ 2,50.



Mas o melhor de tudo é a conversa gostosa entre amigos para começar o fim de semana com pé direito. Uma cervejinha (ou guaraná, pra quem não bebe álcool) tirada de um bom isopor (desses bem baratinhos que vedem no supermercado) e a resenha da semana contada entre risos, gargalhadas, tiradas filosóficas ou entre as piadas mais sem noção do mundo. E isso, não tem preço (olha o plágio, aí, gente...)!



Fotos: www.saltur.salvador.ba.gov.br e www.sxc.hu

2 de set. de 2009

Saindo do trabalho? Fique Na Rua*




– Os bares daqui de Salvador são ruins, são tipo bar cansado!

Pronto. Não poderia ter uma frase melhor para classificar a tão famosa modalidade de bares sem açúcar que teimam em existir por aí. Ou seja, aqueles bares que não empolgam nem o maior dos bêbados. São, em sua maioria, bares sem o calor dos bons, bares cinzas, sombrios, sem identidade! Não merecedor da sublime e lubrificante alcunha de bar. É um bar-menor, como diria o poeta.

Os garçons, ah, esses são os piores no bar cansado: não têm a ginga dos garçons de bar legal, que conseguem atender convincentemente cinco mesas ao mesmo tempo e ainda conversar sobre o último gol perdido pelo ataque do Vitória com mais sofredores.

Mais calma! Seus problemas acabaram, cidadão estressado, tristonho, depressivo, impreciso; que come creme de milho e acha maravilhoso, mais ou menos um vilão de novela, saca? Sujeito sem jeito.

Não saia do trabalho e vá para casa, fique na rua. Este é o lema do NA RUA BAR, uma casa que podemos caracterizar como bar legal.

Lá, acredite, até as mulheres são diferentes também: vão ao banheiro na hora certa, não dormem em cima da mesa. Nada disso.

Ah! Além disso, oferece um ambiente aconchegante e música ao vivo de terça a sábado com couvert a R$ 1,99. Tem um tira gosto que, quem vai, não pode deixar de pedir: filé mignon ao molho barbecue - se não for o melhor de Salvador, está entre os cinco mais. Melhor, é inclassificável; só provando, como fala Ricardo, o Terrível.

Ah, para terminar, o NA RUA BAR nunca, absolutamente nunca, consegue fazer com que o seu freqüentador diga:

– Ô garçom, me vê uma cerveja, pois eu quero comemorar a última vez que venho aqui!



* Texto de Samir Sousa (conhecido como Samir-san), administrador e, a partir dessa postagem, eleito pelos amigos o filósofo e o literato da hora. Ele foi apresentado ao Na Rua Bar por Alan Seixas, economista, seu parceiro nesse inspirado texto e também filósofo nas horas vagas (vivenciadas na mesa de bar, claro!). Esse point do Lado B fica ao lado do balé Rosana Abubakir, de frente pra Av. ACM. E essa blogueira que vos fala, quando lá esteve, bebeu o melhor suco de limão de sua vida!