Crédito desta foto: eu mesma inspiradíssima...

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26 de dez. de 2010

Todos temos um lado solidário




Uma adorável colega dos velhos tempos de faculdade, Laura Dantas, postou na última quarta-feira em um grupo do qual participo a mensagem abaixo como sugestão de pauta para as pessoas da lista que estivessem em veículo de comunicação. Decidi postar aqui porque vejo como oportunidade de reflexão e, quem sabe, de ajuda, aos que podem prestar essa ajuda. Lado B tem esse... lado. Feliz Ano Novo a todos com mais equidade, amor e paz!

"O assunto não é novidade, mas sempre cai no esquecimento. Estive hoje no Abrigo Dom Pedro II, na Cidade Baixa. Fui lá levar algumas roupas para doar. O cenário é realmente desalentador.

O abrigo é uma instituição pública municipal com capacidade para abrigar 250 idosos, isso se os pavilhões (literalmente em ruínas) estivessem funcionando. As informações na internet estão totalmente desatualizadas.

Em conversa com os funcionários hoje, fiquei sabendo que ali estão apenas 70 abrigados. Enquanto eu estava lá, ouvi uma funcionária reclamar da instalação que a prefeitura mandou fazer de umas horrorosas gambiarras, sendo que a solicitação foi para que se colocasse uma iluminação festiva para alegrar os velhinhos.

Na sala onde deixei a doação (e onde supostamente fica tudo o que eles recebem) havia somente algumas cestas básicas e caixas de panetone de Irmã Dulce.

A imprensa precisa se manifestar, isso é um absurdo, uma vergonha. Um lugar como aquele (que seria lindo, se fosse bem cuidado) em petição de miséria há anos e sem poder acolher aos que necessitam. Fica aí o comentário para reflexão (e ação) de todos nós. Feliz Natal, companheiros!"



Imagem: Fernando Vivas, um dos mais talentosos fotógrafos que já conheci (um dos meus preferidos aqui na Bahia, sem desmerecer os demais, ok?), pessoa queridíssima que tenho saudade dos tempos que eu tinha contato com a imprensa. Extraída do blog Olho da Rua.

19 de dez. de 2010

Juliana Ribeiro bem na fita




A cantora e compositora Juliana Ribeiro continua brilhando no cenário cultural da cidade. Pra nossa sorte!

Ela concorre à música do verão, concurso promovido pela Rede Bahia, com a canção "Sonho de Verão". O período de votação foi alterado e acontecerá apenas e EXCLUSIVAMENTE no dia 21/12 (terça-feira), no site do Bahia Meio Dia por razões e critérios exclusivos da emissora, sendo uma surpresa para os participantes.

Confesso que ouvi a explicação da apresentadora Patrícia Nobre e não me convenci muito, especialmente porque, no site deles, nem todos os dias do programa estão disponíveis (pelo menos eu não consegui encontrar - o que significaria que a navegabilidade deles é muito ruim. A possibilidade de eu ser burra não existe, ok? rsrsr...).

O dia que a Juliana se apresentou foi 15 de dezembro. Mas não dá pra encontrar no site deles. Então postei o clip em meu perfil no Facebook com o título "Sonho de verão". Se você gostar do trabalho da cantora, pode votar nela no dia 21 de dezembro de 2010 no site www.ibahia.com/bahiameiodia, ok?

Nota oficial da emissora

Quantidade de finalistas: alterado de 5 para 10 músicas;
Exibição das músicas finalistas no Bahia Meio Dia: De 13 de dezembro de 2010 a 21 de dezembro de 2010;
Início da votação para os internautas, através do www.ibahia.com/bahiameiodia, escolherem a música vencedora: 21 de dezembro de 2010;
Divulgação do resultado no Bahia Meio Dia: 22 de dezembro de 2010;
Participação do vencedor, ao vivo, no estúdio do Bahia Meio Dia: 23 de dezembro de 2010.

Sobre Juliana Ribeiro: A cantora Juliana Ribeiro é natural de Salvador. Desde o início da carreira, em 2001, ela une pesquisa à criação artística. A artista, que também é historiadora, foi aluna especial da Faculdade de Canto Popular da UNICAMP e tem formação técnica em canto lírico pela UFBA.



Em reconhecimento à grande extensão vocal e a timbragem marcante, Juliana foi indicada ao Troféu Caymmi 2007, na categoria Cantora Revelação.

Recentemente adquiriu o título de Mestre pelo Programa Multidisciplinar em Cultura e Sociedade pela Faculdade de Comunicação da UFBA, com a Dissertação 'Quando canta o Brasil:uma análise do samba urbano carioca na Rádio Nacional nos anos 1950', em que trata da história e construção do samba como um símbolo nacional moderno.



No seu mais recente trabalho, traz no repertório as variações ritmicas do samba, como Lundu, o Batuque, Jongos, Sembas Angolanos, Maxixe, Samba-de-Umbigada, entre outros gêneros.

Veja também posts dos dias 11/01/2010 e 02/08/2009.


Texto adaptado de: http://www.myspace.com/julianaribeirocanta
Imagens: http://www.myspace.com/julianaribeirocanta

17 de dez. de 2010

Pílulas B, urgente!

Como eu disse há duas semanas, quando o sol aporta na abóbada celeste com mais afinco, a cidade vira uma grande metrópole. Então é tudoaomesmotempoagora. Quem poderá me salvar? Só o Pílulas B e rapidinho, rapidinho conto o que tenho que contar - e estou inspiradíssima, viu? Pois meus ouvidos estão acacarinhados por uma bela coletânea do gênio do jazz Miles Davis (que meu amor, ao ouvir, sentiu-se de volta a Nova Iorque!).

Papo cabeça - Goulart Gomes é a bola da vez do projeto Vão das Letras - Conversa com o escritor, no dia 19 de dezembro, domingo, a partir das 15 horas, no Vão Livre do Teatro Castro Alves.


Criativo e premiado escritor, tenho o privilégio de conhecer de perto essa figura muitíssimo inteligente, perspicaz e com um humor único. Saibam por que vale muuuuuuuiito a pena ter um papo com ele: www.goulartgomes.com . A programação do evento é bem diversificada: música, livrarias e um bazar que você pode aproveitar para trocar seus livros, gibis, CDs, DVDs etc. Agendem-se, ok?

Platão com café - E por falar em literatura... Que tal fazer uma roda de leitura com os amigos, com lanches deliciosos à mão, atendimento personalizado e de qualidade, saindo direto do trabalho, num lugar tranquilo e aconchegante - pasmem! - dentro do shopping Itaigara?


O Espresso e Expressão, que fica no 2º piso, é uma lanchonete/restaurante de muito bom gosto em tudo: decoração, gastronomia, música ambiente, ideias e ideais. Ao subir uma charmosa escada, você se depara com uma estante com livros pra lá de interessantes e uma aconchegante sala de leitura que parece a da casa da gente. Pra completar, tem uma poesia de Carlos Drummond de Andrade emoldurada. Foi aí que apaixonei de vez!

Tarde vocal - O afinadíssimo grupo vocal baiano Cama de Voz, aos sábados, a partir de 13 horas, no bar e restaurante Caminho de Casa (Itaigara. Fone:71 3353-7036) é a grande pedida indicada pelo meu amigo - também jornalista e uma das minhas referências intelectuais - Alberto Freire. E a comida de lá... hummm... dispensa comentários, pois é notória e tradicionalmente de alto nível e original.

Jazz, blues e MPB de primeira - Se você resolver assistir o Cama de Voz, tenha um completo deleite musical e emende ao Balthazar Grill.


Lá pelas 21 horas - se você ainda estiver sóbrio e suportar ficar em pé pra ir até lá... rsrsr... - sobe ao mini palco uma atração de MPB. Num dia só, dá pra se atualizar sobre dois grandes programas Lado B.


Imagens: www.goulartgomes.com, arquivo pessoal e hotsite do Balthazar.

12 de dez. de 2010

Cinematografando: A Rede Social*




Baseado no livro Bilionários Por Acaso, de Ben Mezrich, o filme A Rede Social (David Fincher e Aaron Sorkin, USA, 2010) conta uma interessante história com diversos níveis de compreensão, relatando a pequena epopéia vivida pelo fundador do fenômeno Facebook, Mark Zuckerberg. Cria assim o anti-herói contemporâneo definitivo, suplantando Bill Gates.


Apesar da tentativa de se mostrar imparcial, retratando as ambigüidades da personalidade de Zuckerberg, o ponto-de-vista é nitidamente favorável. Quando não consegue ser favorável por mérito do próprio, o faz com o demérito dos outros. Enquanto isso nos revela o fascinante e perigoso mundo do e-empreendedorismo norte-americano, repleto de cartadas e movimentos agressivos.

A trajetória de Zuckerberg tem muito a ver com as histórias de Bill Gates (leia Hard Drive – Desejo de Vencer, sua biografia não autorizada e certamente inspiração para o storytelling do filme), Steve Jobs (fundador da Apple, demitido pelos capitalistas aos quais abriu participação e depois aclamado de volta ao comando) e do próprio falastrão Sean Parker, fundador falido do polêmico Napster – o compartilhador pirata de arquivos de música - que grudou em Zuckerberg e é seu atual sócio.


O roteiro, maravilhosamente bem costurado por Aaron Sorkin, trata na verdade de dois grandes temas. Relacionamentos e privacidade. No que se refere a relacionamentos, a ironia mais óbvia. Apesar do Facebook ser concebido para permitir que as pessoas se encontrem, o tempo todo os personagens do filme passam por grandes desencontros. Escolhem parceiros errados e erram nas parcerias acertadas.

Zuckerberg, mostrado como um nerd socialmente inepto, tenta “programatizar” as relações por via virtual, mas falha no contato pessoal. De modo geral, todos os personagens sofrem de um horrível egocentrismo, que pauta muito das relações modernas, e, no filme, parece justamente ser o motivo dos problemas de relacionamento. A onda do Twitter é provavelmente o maior exemplo desse culto egocêntrico ao EU. Definitivamente, tecnologia ajuda, mas não resolve. Em última instância, o sucesso de relacionamentos não depende de quantidade, mas de qualidade. O segredo está antes de tudo dentro de nós mesmos, eis a mensagem.


Privacidade é outro tema crucial para o Facebook, que declarou publicamente o fim da “Era da Privacidade”. O filme mostra como somos todos públicos hoje em dia. O enredo todo gira em torno desse publicity que caracteriza as relações humanas contemporâneas.

Pessoas se expõem publicamente no Facebook, revelando até se estão ou não namorando, se envolvem em enormes movimentos de fofocas e boatos que se espalham como fogo em palha (ou como post em blog...), assumindo alternadamente o papel de alvos ou algozes, e salienta ainda como todos podem ser facilmente difamados publicamente em troca de interesses financeiros ou simplesmente decepções sentimentais.


Vivemos em uma era de publicity no qual o Facebook é apenas mais uma ferramenta, que teria mesmo que surgir em algum momento para apoiar essa tendência. A exposição pública pode ser controlada e planejada ou ser feita à força, de maneira negativa, incontrolada ou inconsequente.

A sessão do filme foi curiosamente antecedida por uma ação de comunicação bem interessante realizada pelo portal de notícias iG nos cinemas, que informa na telona suas principais manchetes daquele dia.


E a primeira delas era justamente sobre a prisão de Julian Assange, o fundador do mais polêmico de todos os empreendimentos da internet até agora, o WikiLeaks, que publica vazamentos de informação sigilosa de governos e grandes corporações. Ele está sendo acusado (e difamado) por dois supostos casos de estupro, que nega.

Destaque para a versátil trilha sonora, que consegue mesclar bandas indies atuais como Super Furry Animals e White Stripes intercaladas por mainstreams das antigas como Beatles, Bob Marley e outros nem tanto como The Cramps.




* Texto: Nelson Doy Jr., publicitário, amigo querido que sempre empresta sua mente privilegiada para a seção Cinematografando, deste meu quantinho no cyberespaço. E que curte os espaços reais do Lado B quando vem à soterópolis.

Imagens: www.imdb.com

5 de dez. de 2010

Jazz com prosecco




O produtor musical Eduardo Brito - amigo querido de longa data - convidou-me para a inauguração do novo espaço da cidade reservado ao jazz, blues e MPB. Foi numa simples quarta-feira... mas não como outra qualquer. Regada a prosecco e atendimento de primeira, conferi de perto a noite musical cuja programação é montada por ele. Quando os músicos mostraram a que vieram, não deu outra: pensei, na hora, essa é uma ótima blogagem para o Lado B. Eis o release da assessoria de imprensa:



"O Balthazar, que atende há mais de um ano, agora investe numa temática que remete aos bares do French Quartier, em New Orleans. Sua programação inclui as melhores atrações dos três gêneros musicais que vão se apresentar em um local com infraestrutura preparada para garantir boa acústica ao espectador, por meio de equipamentos de som de primeira linha.



O happy hour do Balthazar acontece de terça a domingo, a partir das 18h; e os shows, nas quintas, a partir das 21h, sextas e sábados, a partir das 22h. A casa disponibiliza estacionamento com manobrista.



Endereço: Av. ACM, Shopping Cidade – Itaigara (em frente ao Parque da Cidade
Reservas: 3017-4343
Site: www.balthazargrill.com.br/hotsite"



Imagens: desta blogueira e de divulgação

28 de nov. de 2010

Já é verão, cidade, acorda pra ver!

Parafraseando o mestre Gerônimo (cantor e compositor baiano que foi um dos precussores da Axé Music; a de qualidade, claro!), o título traz na sua essência um forte traço do comportamento soteropolitano. Sai de pacata cidade (com direito a "todo mundo se conhece e fala da vida de todo mundo") para terceira maior capital do País, quando o sol se instala definitivamente na abóbada celestial. Acontece "tudoaomesmotempoagora" e eu gostaria de poder blogar três atividades hoje mesmo. Mas vou tentar fazer uma vez por semana para vocês aproveitarem tudo, mas não se perderem, ok?

Então vamos ao que interessa: o que tem para fazer no Lado B?



Até o dia 5 de dezembro, acontece em Salvador, o Mercado Cultural, cuja programação já começou desde o dia 26 no interior do Estado. Chega à sua décima edição com uma proposta cada vez mais inovadora e que rompe com as nossas tradicionais zonas de conforto. Sim! Arte é pra isso mesmo. Música, teatro, vídeo, artes plásticas e, acima de tudo, resgate do ser humano.


Na passagem pelo interior da Bahia (Ibirataia, Valentim, Boa Nova e Vitória da Conquista), homenageia os 50 anos do município de Ibirataia, "os participantes poderão vivenciar experiências de trabalho coletivo como a acolhida comunitária, que propõem a hospedagem em casas de família, onde grupos de trabalho reunindo indivíduos e associações se somaram na organização das feiras, mostras artísticas, exposições, trilhas ecológicas e receptivo, como parte do processo de construção de um plano de gestão participativa para a região."



O Mercado Cultural esse ano, está dividido em mostras itinerantes (Dário Meira, Valentim, Boa Nova e Vitória da Conquista), caravanas culturais, festival internacional e extensão em... São Paulo (Centro de Cultura Judaica). Realizado pela Casa Via Magia, o evento é algo que todo frequentador do Lado B deve participar, viu?

Dado o recado, recomendo acessar a programação completa, pois tem mais de 20 itens com links para conferir detalhes de cada atividade. Adianto que tem apresentações da Coreia, Marrocos, Espanha, Guiana Francesa, Áustria, Cabo Verde, além de cidades da Bahia e alguns estados brasileiros, tendo o primoroso Egberto Gismonti entre os artistas.




Imagens e alguns trechos de texto: site do Mercado Cultural

14 de nov. de 2010

Rebobinando: Tecno Céu - Nosso Lar*



Nosso Lar (Wagner de Assis – 2010) revampiriza o conceito do Céu cristão para os tempos materialistas e tecnológicos em que vivemos, tornando-o muito mais marqueteável.

O filme é baseado na obra homônima de Chico Xavier, ditada pelo próprio personagem principal, o espírito André Luiz, explicando os princípios do Espiritismo kardecista e o funcionamento da colônia Nosso Lar, um entreposto espiritual anterior aos níveis mais elevados.

A história conta a trajetória de André Luiz desde o momento em que desperta desencarnado no Umbral, uma espécie de purgatório, até sua chegada e transformação espiritual na tal colônia, intercalado por flashbacks que reconstroem sua trajetória de vida desde a infância até o momento da morte física.




O conceito celestial é simples. A vida após a morte é exatamente a mesma que aqui na Terra dos encarnados, com todos os sofrimentos físicos e injustiças sociais, só que a moeda agora é outra: méritos espirituais.

Num paralelo com o Rio de Janeiro (a colônia Nosso Lar estaria situada próxima à cidade, apenas em outra dimensão energética), quem pisou na bola vai morar numa favela chamada Umbral, e quem está bem na foto vai morar num condomínio fechado na Barra. A vida na Barra é bem melhor. Lá é arborizado, ensolarado e não precisa nem sair: toda a infra-estrutura já está lá dentro, tem até Aerobus. Tudo é limpo e só tem gente de bem, convivendo num grau de civilidade plácida quase sinistra para nossos padrões.

Já em Umbral o clima é péssimo, sombrio e não oferece mínimas condições sanitárias. Quem já era ruim aqui, lá vai de mal a pior. Figurantes do videoclipe Thriller, que em trinta anos parecem ter melhorado muito pouco, brigam pelo direito de beber uma lama onde nem caranguejo viceja. O objetivo é se arrepender do fundo da alma e ser resgatado dessa lama.



Nosso Lar constroi a partir daí as bases para se tornar o novo clássico do conformismo social. Ao pobre encarnado, oferece a chance de pular direto para a classe alta após a morte. Além disso, cria a espetacular figura do determinismo livre-arbitrário: foi você mesmo quem programou sua trajetória de vida, em modernos iPads celestiais, antes de encarnar para viver o seu roteiro. Para a classe média, o alento é que Lá é quase tão ruim quanto aqui. De mérito em mérito, um trabalhador dedicado leva dezoito anos para comprar uma casa própria. O serviço público também não é lá essas coisas. Apesar de amáveis e atenciosos, tudo leva uma eternidade. A frase “no dia em que for atendido eu já reencarnei” acontece de fato.



De resto, não faz mal. Ensina que abusos cometidos contra o corpo, como beber e comer mal e demais (cigarro implícito) podem caracterizar morte por suicídio inconsciente, o que é garantia de ir direto para o final da fila. Ensina a abandonar o orgulho, a inveja e a preguiça. Ensina que a Terra é o melhor dos planetas para encarnar (consciência ecológica). Ensina a respeitar crianças, idosos e a família porque é provável que em alguma próxima encarnação, seu pai retorne como seu filho adolescente! Ensina a orar pelos falecidos, porque eles recebem as orações num Facebook; super chato eles abrirem e você não estar lá. Aos marxistas, acena com um bem sucedido tecnoparaíso igualitário, baseado em trabalho comunitário. E, acima de tudo, ensina que ser cético não está com nada...



A oportunidade do ano para assistir um filme com sua avó. Sem arrependimento. E vale prestigiar essa iniciativa do cinema nacional de encontrar seu caminho para os blockbusters comerciais, bons de bilheteria. Enquanto os norteamericanos investem em violência, o cinema brasileiro investe em comédias e espiritismo. É outro astral.

Imagens: www.adorocinema.com.br


*Texto de Nelson Doy Jr., publicitário, mora no Rio, mas curte o Lado B de Salvador quando aparece por aqui. Eu e o Nelson nunca debatemos o tema, mas nossas visões sobre espiritualidade são um tanto diferentes (pelo que ele expôs aqui), o que não impede que ele escreva para esse blog e que eu poste seu texto com muito prazer e muita honra. E viva a diversidade!

7 de nov. de 2010

É tempo de filosofar




Para quem acha que filosofia é coisa ultrapassada, é bom correr para pegar o bonde da história. Nos últimos anos, o filófoso canadense Lou Marinoff tem mexido com muita gente nas confortáveis cadeiras, cátedras, sofás, divãs e outros objetos "sentáveis".

Sua obra mais famosa "Mais Platão, menos Prozac" defende que o ser humano pode vivenciar e superar a maior parte de seus problemas psicológicos e/ou existenciais com filosofia - ao invés de medicamentos e outras drogas - como sempre ocorreu há milhares de anos na história. (veja entrevista da revista Época)

Em comemoração ao Dia Mundial da Filosofia*, a Associação Cultural Nova Acrópole promove o evento 5ª Semana Mundial da Filosofia com a exposição "Civilizações e Filosofia" e palestras ligadas às tradições filosóficas que originaram ou influenciaram o pensamento do Ocidente. Como o site deles é meio confuso, o melhor é dizer a programação aqui e vocês tirarem as dúvidas por fone ou e-mail (3354-4878/ 8728-3233 ou salvador@nova-acropole.org.br). Fica na Alameda Florença, nº 108, Pq. Júlio César, Pituba.

25/11 - quinta-feira (19h) - Japão
26/11 - sexta-feira (19h) - China
27/11 - sábado (17h) - Roma e Grécia
28/11 - domingo (15h) - Nova Acrópole - Um ideal atemporal adaptado a nossa realidade

No dia 20, sábado, às 17 horas, antes do evento, tem uma palestra grátis: "O poder da mente sobre a matéria". Informe-se também sobre a programação gratuita permanente e outras atividades como curso de filosofia para jovens de 14 a 17 anos, artes marciais filosóficas, pilates, oratória e oficina de desenho.



* O Dia Mundial da Filosofia, 21 de Novembro, foi instituído pela Unesco. A proposta é de mostrar que a Filosofia (palavra do grego que significa amor pela sabedoria) é uma atividade que deve e pode ser praticada por todos, independente de classe social, credo, grau de informação, pois é essencial à manutenção da vida e da cidadania.


Imagem: www.nova-acropole.org.br

30 de ago. de 2010

Prêmio Bravo! inscreve o público




Do site da Bravo:

"6º Prêmio Bravo! Bradesco Prime de Cultura apresenta neste ano uma nova categoria, dedicada à arte digital e aberta a participação do público.

Os trabalhos devem ser apresentados exclusivamente no suporte vídeo, tendo como tema a vida e a obra do compositor carioca Noel Rosa, o grande homenageado da festa de premiação, em outubro, na Sala São Paulo. Equipamento, recursos de gravação e edição, uso de áudio, fotografia e arte são livres, desde que criados digitalmente. Os autores também deverão respeitar direitos autorais e de imagem envolvidos.

As inscrições são gratuitas e abertas a artistas de qualquer idade. Elas serão feitas em duas etapas. Inicialmente, o artista deverá preencher a ficha (disponível no link ao final da página), onde deverá constar uma breve descrição do projeto e um currículo do participante, além dos seus dados pessoais.

Numa segunda etapa, o vídeo - com duração máxima de 10 minutos - deverá ser enviado pela internet através da própria página de inscrição. O prazo final é 15 de setembro. Será permitida a inscrição de mais de um trabalho por autor - no máximo três.

Serão escolhidos seis vídeos. Os trabalhos vencedores terão trechos apresentados durante a festa do Prêmio Bravo! Bradesco Prime de Cultura, onde os vencedores receberão um troféu."

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Sauípe também inscreve. Ahn?

Lado B também é reflexão... Confesso que o tema não tem muita relação com a proposta do Lado B de entreter por caminhos menos óbvios na soterópolis, mas o fato é pra lá de curioso e sai do lugar comum. Na verdade, uma meta reflexão, já que trata de um tipo especial de blogueiro.

O complexo Costa do Sauípe vai escolher uma pessoa para ser o "representante digital" por seis meses e, por esta curiosa função, vai pagar R$ 3 mil reais e oferecer hospedagem completa. Mas essa pessoa estará "envolvendo-se dia e noite com o projeto".

Tem várias regras, várias fases... Portanto, se você deseja se inscrever, tem que acessar já o site www.ohospededosauipe.com.br, pois terá cerca de 15 dias para produzir o vídeo e colocar no Youtube. Bem, é melhor ler os critérios todos.

Ah, sobre o site: você só precisa ter um pouco de paciência, pois demora para carregar e não tem a opção "pular a introdução" - verdadeiro pecado capital na web. Tem uma "concepção artística" um tanto duvidosa...



Bem, vamos em frente. Boa sorte a quem se candidatar. E se passar de fase, avisa para eu blogar e torcer, ok?

21 de ago. de 2010

Exposição fotográfica no Salvador Shopping




Texto enviado pelo amigo jornalista e fotógrafo Gustavo Rozario.

"O Salvador Foto Clube realiza a exposição Em Cada Olhar, Uma Revelação, em comemoração ao mês da fotografia e ao aniversário de 6 anos do clube. A curadoria é de Ailton Sampaio. Participa da exposição 29 sócios, cada um mostrando a sensibilidade do olhar nos mais variados temas. A mostra fica até o dia 5 de setembro no Salvador Shopping, no Espaço Gourmet, L1."

O Salvador Foto Clube é filiado à Confederação de Brasileira de Fotografia, conforme texto de Lyz Cerqueira no site da Confoto:

"Salvador Foto Clube é um clube de amantes da fotografia que nasceu em abril de 2004, após o curso Universo das Cores com o renomado Walter Firmo, realizado na casa da Photographia.

Tudo aconteceu muito rápido: a identificação pessoal, o interesse em comum, a dedicação persistente... E de repente ... uma explosão de idéias, junção de mentes, a mão na mão para JUNTOS construirmos esse SONHO REAL.

Somos um grupo eclético nas profissões, nas idades ... contudo, ÚNICOS, quando procuramos colocar em cada fotografia a expressão mais pura da alma, revelada através da singeleza de nosso olhar."

Imagem: banner da exposição (Salvador Foto Clube)

15 de ago. de 2010

Cinematografando: Cinco pessoas que você encontra no céu





Essa a minha estreia no Cinematrografando, pois Nelson Doy é o titular da cadeira. Mas devo alertá-los que minha abordagem nesse texto vai por outra linha. Sou mais de transcender o cinema, de usá-lo como suporte para reflexões, do que falar propriamente da Sétima Arte em seus aspectos técnicos, o que é feito com maestria pelo meu amigo. Esse é da série Rebobinando, pra ver em casa, no sofazão, com uma boa companhia e poder trocar ideias no final.



"As Cinco Pessoas que Você Encontra no Céu conta a história de Eddie, o mecânico de um parque de diversões que morre no dia de seu aniversário de 83 anos, tentando salvar a vida de uma garotinha. Imerso numa rotina de trabalho e solidão, ele passou a vida se considerando um fracassado. Ao acordar no céu, encontra cinco pessoas - algumas conhecidas, outras que ele nunca viu. Cada uma dessas pessoas revê com Eddie uma passagem de sua vida, resolvendo antigos mistérios, dissolvendo antigas mágoas, revivendo antigos amores. A cada experiência, fica mais clara a grande importância dele na vida de milhares de pessoas sem que se desse conta, provando que cada vida está ligada a outra de formas que, muitas vezes, não entendemos."

Esse recorte de sinopses "oficiais" do filme apenas atraem um pouco a atenção de uma possível audiência, embora não atraia multidões. Mas multidões poderiam ver (e provavelmente se sentirem empáticas com) essa obra, baseada no livro homônimo de Mitch Albom, um escritor de best sellers que foi responsável também pelo roteiro desse filme de 2004, produzido para TV.



É lógico que há verdadeiras obras de arte sobre o ato de viver e tudo que o justifica, com citações filosóficas em grande número e da mais alta qualidade. Mas nunca encontrei um filme tão claro sobre o tema; tão simples, que mesmo as pessoas que não costumam se aprofundar nessas questões existenciais podem perfeitamente fluí-lo. É um filme tecnicamente muito bem construído, mas, como eu disse, não quero entrar nessa seara. Mas posso garantir que tem aí um espetáculo a ser visto.



Quem me conhece bastante, sabe o quando temas existenciais são item 1 da minha lista de prioridades. Por isso, já tive oportunidade de ler e assistir obras das mais populares às mais complexas que abordem os segredos da vida. Entretanto As Cinco pessoas... passou, desde ontem, a ter uma cadeira cativa nos meus estudos vida à fora. Especialmente no meu atual momento, em que estou na berlinda em várias instâncias de minha vida, essa obra veio a calhar.

Sabe quando você está diante de alguém ou situação que lhe diz tudo que você precisa para seguir em frente? Eis o efeito que esse filme teve sobre mim. Ah, ele também ensina sobre isso: o saber ouvir e/ou ver o que está diante de nós com o coração aberto para o aprendizado e entender que aquilo que é, para nós, o óbvio, nem sempre é o que parece. Pode ser algo muito distante do que a nossa restrita visão de mundo se acostumou a enxergar.



Generosidade, cumplicidade, perdão, misericórdia, amor, confiança, resignação, compartilhamento, compreensão, gratidão... Esses são alguns dos nobres sentimentos colocados em pauta na película. Resumindo: assistam, porque nada do que eu diga será suficiente para dar conta da riqueza dessa obra. Podem dar uma olhadinha no trailer legendado no Youtube.

Fotos: IMDB.com

19 de jul. de 2010

Inverno pede escurinho do cinema




Do blog Plug Cultura:

"Estão abertas as inscrições para o VI Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual - SemCine – que será realizado de 26 a 31 de julho, no Teatro Castro Alves e no Goethe Institut – ICBA, com uma ampla programação voltada para o intercâmbio cultural, discussões e reflexões sobre a criação, produção, circulação e consumo do audiovisual, com a participação de produtores, diretores, pesquisadores, jornalistas, artistas, estudantes e o público em geral.

Este ano, o Seminário homenageia Píer Paolo Pasolini (1922-1975) e haverá uma mostra retrospectiva do grande cineasta italiano com a exibição de 14 filmes. O SemCine, idealizado e comandado pelo cineasta baiano Walter Lima, é uma realização da VPC Cinemavídeo e Universidade Federal da Bahia, com o patrocínio do Ministério da Cultura, Governo do Estado da Bahia (Fazcultura) e Oi Futuro, e copatrocínio do Cinema do Brasil, Apex.

Durante os seis dias do evento, além das Mostras de Filmes Nacionais e Internacionais, e Mesas-Redondas com convidados especiais, serão promovidos o V Encontro de Produtores, e Distribuidores de Cinema e Televisão; uma oficina de montagem cinematográfica com Susan Korda e Isabelle Rathery; curso de direção cinematográfica com o cineasta Miguel Littin; ciclo sobre mídias digitais e um “diálogo” com Miguel Littin e Tariq Ali sobre o tema “Cinema, Cultura e Política.” O público terá ainda a mostra de curtas metragens europeus premiados, o Short Matters!Tour 2010, e as diversas atividades do Lounge Multimídia.

Inscrições - O valor da inscrição para os seis dias do SemCine é de R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia), para estudantes e maiores de 60 anos, e o prazo vai até o dia 20 de julho. Com esta única taxa o público garante acesso a todas as sessões de filmes, palestras e debates, incluindo o certificado de participação no evento. A inscrição deve ser feita através do site www.seminariodecinema.com.br, e confirmada na Coordenação do Seminário, na Rua Augusto Vianna, s/nº, Reitoria da UFBA, Canela, de segunda à sexta-feira, das 09 às 13 e das 14 às 18 horas, onde poderá ser efetuado o pagamento, ou através de depósito em conta corrente do banco Itaú, agência 0705, conta.corrente 24569-4, com o envio do comprovante de depósito pelo fax 71 3283.7017 ou através do email: inscricoes@seminariodecinema.com.br
Em caso de meia entrada, é necessário apresentar a documentação que comprove o direito. Para o público não inscrito, os ingressos para as sessões dos filmes da mostra principal no TCA e da mostra retrospectiva Pasolini, no Goethe Institut – ICBA, custarão R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia).

Mais informações pelo telefone (71) 3283-7017 e no site www.seminariodecinema.com.br"

10 de jul. de 2010

Cinematografando: Príncipe da Pérsia*




Esqueçam as críticas chatas da mídia. Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo (Mike Newell, EUA, 2010) é com certeza o grande lançamento do ano para a garotada de 13 anos. Se os seus filhos ainda não têm idade para curtir a série Crepúsculo, leve-os para ver este.

Príncipe da Pérsia, As Areias do Tempo tem todos os chavões de uma aventura pré-adolescente, mas maravilhosamente temperados pelo profissionalismo Disney. Tem um príncipe legal, uma princesa voluntariosa (aliás, princesíssima, Gemma Aterton) e o bandoleiro engraçado que no fim se redime juntando-se ao grupo para defender a honra do casal. É o "Caçadores da Arca Perdida" da nova geração, muito mais ágil, espetacular e divertido. Agrada às meninas também, com os belos figurinos da princesa, além do Jack Gyllenhaal.



E está revelado portanto o segredo daquele bonequinho estóico que nunca se cansava de retornar à vida sempre que pressionávamos o botão vermelho do joystick para reiniciar aquela fase do jogo. Ele, que desferia estocadas certeiras nos guardinhas barrigudos e que dava saltos inacreditáveis nas plataformas: o danado praticava parcour! No filme, até ganha um nome: Dastan, encarnado num Gyllenhal anti-herói, abobalhadamente simpático.

Na história, ele é um garoto adotado pelo rei como príncipe, mas que nunca quis nada com o poder, avesso aos protocolos. Adulto, ele e os irmãos são movidos a atacar um reino teocrático sob argumento de que produz armas de guerra às escondidas do grande império Persa. Qualquer semelhança com o Irã... Mas em meio aos festejos pela conquista, acaba sendo acusado de matar o pai adotivo. Aí começa a saga. Fotografia, figurinos e cenografia excelentes enchem os olhos. E diálogos bem colocados entre muitas cenas de ação garantem entretenimento incessante até a cena final.



O interessante é que descobrimos ao longo da trama que a história dos armamentos é apenas uma farsa para justificar a invasão. Homessa! Como pode o patriótico Jerry Bruckheimer, que produziu entre outros a série Lenda do Tesouro Perdido, cometer uma dessas? Ah, mas ele está apenas reafirmando seu fidelidade republicana. No roteiro, a autoria da farsa vai sendo desencavada até chegarmos à eminência parda do rei, que desejava usurpar o poder. A estocada vai no fígado de Hillary Clinton. Quer dizer então que ela queria a presidência e, como conselheira, está tentando criar factóides para chamar mais atenção que o próprio presidente? Hmmm!... E mais: o filme ainda prega contra as altas taxas de imposto. Em bom momento aqui no Brasil.

Assim, com discurso anti-imperialista, sem querer Bruckheimer coloca um pezinho de Hollywood no cobiçável mercado de Bollywood. Comandado pela poderosa indústria cinematográfica da Índia, "Bollywood" é um circuito que reúne países orientais como Coréias e Tailândia aos países do Oriente Médio devido a sua cultura, islâmica em grande parte, que não aceita a maioria dos filmes norte-americanos. Cenas de beijo, bebidas alcoólicas e palavrões, por exemplo, estão fora de cogitação. No filme, a única cena inapropriada é justo a do beijo, que mesmo assim é breve e do tipo auto-colante. Pode muito bem ser desgrudada e colada em qualquer outra cena, bem como retirada completamente.

* Texto de Nelson Doy, publicitário que mora no Rio de Janeiro, amigo querido, maior "cabeção" e sempre antenado com tudo sobre tudo!

Imagens: www.sxc.hu

4 de jul. de 2010

Atenção, produtores: Petrobras Cultural inscreve


Entre os dias 22 de junho e 14 de julho, será realizada a Caravana Cultural Petrobras, que percorrerá 12 cidades brasileiras com o objetivo de divulgar o Programa Petrobras Cultural 2010 (PPC). Realizada desde 2004 durante o período de inscrições do PPC, a Caravana busca também capacitar produtores de todas as regiões do país.



Entre as atividades promovidas pela Caravana estão a palestra “Ação da Petrobras na Cultura” e a “Oficina Petrobras Cultural de Formatação de Projetos” – que busca aliar o caráter pedagógico com o incentivador. A palestra é apresentada pela Gerente de Patrocínios da Petrobras, Eliane Costa, que fala sobre a atuação da Companhia na cultura, com enfoque no PPC, apresentando as linhas de atuação do programa e suas áreas de Seleção Pública.



A Caravana Petrobras Cultural é destinada a produtores e pessoas interessadas na Seleção Pública do Programa Petrobras Cultural. Ao longo de suas cinco edições, a Caravana PPC já percorreu 23 cidades, atendendo um público de aproximadamente 9 mil participantes. O evento é gratuito e sujeito à lotação do espaço.



O PPC 2010 está com inscrições abertas desde o dia 10 de junho. O programa tem verba R$ 52,2 milhões destinada à seleção pública de projetos em 16 áreas culturais, dentro das três linhas de atuação do programa: Formação; Preservação e Memória; e Produção e Difusão. Três áreas do programa têm cronograma diferenciado e já tiveram suas seleções concluídas (festivais de música, festivais de cinema e difusão de longa-metragem em salas de cinema). Os recursos para essa áreas somam R$ 9 milhões.



Nesta sexta edição do PCC, os incentivos incluem desde projetos de pesquisa artística até projetos de distribuição de bens culturais. Podem inscrever-se projetos destinados à recuperação e digitalização de acervos, à manutenção de grupos e companhias de artes cênicas, à produção de filmes, a eventos de cultura digital e artes eletrônicas, à gravação de CDs, a turnês de shows/concertos, entre outros.


As inscrições para o Programa Petrobras Cultural podem ser feitas pelo site www.petrobras.com.br/ppc .

CRONOGRAMA DA CARAVANA PETROBRAS CULTURAL

22 de junho – São Paulo
30 de junho – Brasília
1º de julho – Rio de Janeiro
1º de julho – Porto Alegre
02 de julho – Belo Horizonte
06 de julho – Manaus
08 de julho – Natal
09 de julho – Recife
12 de julho – Goiânia
13 de julho – Vitória
14 de julho – Salvador
Data a definir – Macaé (RJ)




Créditos
Texto: Gerência de Imprensa da Petrobras
Fotos: www.sxc.hu

25 de jun. de 2010

Corra: teatro gratuito de qualidade!




Já falei desse evento na postagem anterior, mas acho que vale uma atenção especial pela grandiosidade (e raridade!) do projeto. O texto abaixo foi postado por Salvador Up Date no Facebook. Atenção especial para a doação de alimento, sendo que, no espetáculo "Cacilda", deve-se levar rosas (sem espinhos).

"Teatro Oficina (SP) apresenta Taniko, Estrela Brazyleira a Vagar – Cacilda!!, Bacantes e O Banquete, em sessões gratuitas para 2 mil pessoas, em Salvador:

25 de junho, 20h – Taniko, O Rito do Mar
26 de junho, 18h – Estrela Brazyleira a Vagar – Cacilda!!
27 de junho, 18h – Bacantes
28 de junho, 19h – Banquete

Teatro de Estádio (instalação itinerante), especialmente montado no Campus da UFBa, Ondina, atrás da Escola de Dança da UFBa.

Com um projeto inédito e superlativo, o time de atuadores do Teatro Oficina chega a Salvador sob a direção de Zé Celso Martinez Corrêa para apresentar quatro peças que integram a turnê nacional do Dionisíacas em Viagem. O projeto tem apoio do Ministério da Cultura e manutenção da Cia Oficina pela Petrobras e envolve a realização de oficinas e apresentações teatrais gratuitas, além do Festival 'Das Bandas do Oficina'. As peças serão apresentadas de 25 a 28 de junho no Teatro de Estádio (instalação itinerante montada no Campus de Ondina da UFBa, atrás da Escola de Dança da UFBa), enquanto as oficinas acontecem de 18 a 21 de junho na Escola de Dança da UFBa. Já o show musical será realizado no dia 21 de junho, às 20h, no Cabaré dos Novos – Teatro Vila Velha. Todos os espetáculos de teatro são gratuitos, com sugestão de doação voluntária de 1kg de alimentos (para a peça Cacilda!!, a sugestão é que se leve uma flor).

O primeiro espetáculo teatral a ser apresentado acontece no dia 25 de junho (sexta feira, 20h). Trata-se de Taniko, o Rito do Mar, baseado em peça de Zeami (1363 a 1443), dramaturgo e dançarino japonês criador do Teatro Nô. Numa recriação de Luis Antonio e José Celso Martinez Correa, esse rito foi transformado na primeira viagem dos imigrantes japoneses ao Brasil, oferecendo ao público um musical “nô bossa nova tranzênicu”. Taniko, o Rito do Mar cumpriu temporada em São Paulo em 2008, ano do centenário da imigração japonesa no Brasil, e é um espetáculo diferenciado na programação do Dionisíacas – tanto pela sua duração, de cerca de 1h30, quanto pela encenação, indicada ao público de todas as idades.

No dia 26/06 (sábado, 18h) será a vez de Estrela Brazyleira a Vagar – Cacilda!!, segunda parte da maxi série teatral sobre a vida e obra da atriz Cacilda Becker, aqui em início de carreira, interpretada por Anna Guilhermina. Escrita e dirigida por José Celso Martinez Corrêa e Marcelo Drummond, trata-se da mais recente obra da Cia Oficina – foi produzida no final de 2009 –, passeando pela história do Brasil entre as décadas de 1940 e 1960, sob o ponto de vista de uma das maiores artistas brasileiras.

Já no dia 27/06 (domingo, 18h), o público poderá conferir Bacantes, de volta a Salvador depois de 14 anos desde a primeira encenação no MAM. A peça reconstitui o ritual de origem do Teatro em 25 cantos e cinco episódios. Com música composta por Zé Celso, a última tragédia grega conhecida – Bakxai (406 a.C.), de Eurípides –, é encenada como ópera de Carnaval para cantar o nascimento, morte e renascimento de Dionysios, Deus do Teatro. Uma das mais conhecidas – e polêmicas – obras do Teatro Oficina, Bacantes foi apresentada em 1996 com enorme sucesso na capital baiana, em sessões que até hoje são consideradas por artistas do grupo como algumas das mais instigantes da história da Cia.

As apresentações teatrais serão encerradas no dia 28/06 (segunda feira, 20h), com O Banquete. Criado e recriado por Sócrates, Platão e Zé Celso, numa Ode ao Amor, a montagem traz para a cena entidades míticas como Zeus, Hera, Eros, a deusa Embriaguez, Pênia, Jesus e Fidel Castro, reunidos numa festa promovida por um grande ator grego que acaba de encenar as Bacantes no Teatro de Estádio. A peça foi montada a convite do Festival de Zagreb, na Croácia, e em junho de 2009 iniciou temporada em São Paulo, também com enorme sucesso. A encenação marca a comemoração final das Dionisíacas e é seguida de uma grande festa com o público, ao som da Banda Tigre Dente de Sabre, cujos músicos acompanham a turnê."

20 de jun. de 2010

Nem Copa, nem São João?

Se você não está nem no clima de Copa, nem de São João, calma! Há soluções além do velho filme na sua home theatre. E mesmo que você esteja no clima, pode querer dar aquela saída pela tangente. Pílulas B para você:



Fête de La Musique - Em homenagem à festa celebrada na França, coristas, grupos musicais e instrumentistas se reúnem em uma noite dedicada à música na Aliança Francesa de Salvador. Dia 21 de junho (é amanhã, hein?), com entrada gratuita. Mais informações: no site da Aliança Francesa ou 3336-7599 e cultural@afbahia.com.br.

Carronaval das Dionisíacas - Sob a direção de Zé Celso Martinez Corrêa, são apresentadas quatro peças que integram a turnê nacional do grupo Dionisíacas em Viagem. O projeto tem apoio do Ministério da Cultura e manutenção da Cia Oficina pela Petrobras e envolve a realização de oficinas e apresentações teatrais gratuitas, além do Festival “Das Bandas do Oficina”. As peças serão apresentadas de 25 a 28 de junho no Teatro de Estádio (instalação itinerante montada no Campus de Ondina da UFBa, atrás da Escola de Dança da UFBa). Já o show musical será realizado no dia 21 de junho, às 20h, no Cabaré dos Novos, Teatro Vila Velha. Todos os espetáculos de teatro são gratuitos, com sugestão de doação voluntária de 1kg de alimentos (para a peça Cacilda!!, a sugestão é que se leve uma flor).


Os Enamorados - Peça trata do amor e o ciúme no mês em que se comemora o Dia dos Namorados. O texto, adaptado do original do italiano Carlo Goldoni, aborda a relação amorosa de forma leve e divertida, mas contundente. Paralelamente, acontece a exposição colaborativa O Ciúme Ilustrado, aberta gratuitamente ao público, com trabalhos de diferentes artistas visuais e curadoria de Andrea May. No Teatro Vila Velha, de 4 a 27 de junho, (sex a dom), às 20h. Ingresso: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

Centro Antigo de Salvador - Exposição aberta pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é coordenada pelo artista plástico baiano Joãozito, com tecnologia de painéis multimídias e tecnologia touch scream. "Centro Antigo de Salvador – A História do Brasil Vive Aqui" fica em cartaz até 11 de julho, de terça a domingo, das 10h às 18h, no Palácio Rio Branco (Pça Tomé de Souza).



Circuito Sala de Arte - Obras primas estão em exibição no sempre "in" circuito Sala de Arte. Voltou a cartaz "Tudo pode dar certo", de Woody Allen, na excelente e aconchegante Sala Vivo (veja crítica literária sobre o filme no dia 15/12/2009). "Quincas Berro D'Água", do baianíssimo Sérgio Machado, está primoroso. Além disso, ainda não vi "Um homeme sério", mas certamente é uma nova promessa, pois tem a assinatura dos irmãos Coen, diretores de “Queime Depois de Ler” e “Onde os Fracos Não Têm Vez”. Indicado aos prêmios de melhor filme e melhor roteiro do Oscar 2010.

30 de mai. de 2010

Cinematografando: O Oráculo, de volta ao Olimpo*




O que Terry Gilliam tem de melhor está reunido no baú de O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus (2009). A questão do anacronismo, o sonho, a desilusão, a decadência e o medo da morte. E acima de tudo, o seu intenso surrealismo visual. Ótimo entrar em cartaz ao lado de Alice. Em pouquíssimas salas, parece assim, exatamente, uma nesga sombria sob o mundoróseo púbere de Alice. O pesadelo de Dr. Parnassus é a Alice que Tim Burton gostaria de ter realizado, não estivesse ele acorrentado pelos pés ao sonho disneyano.



O filme conta a saga de Parnassus, um homem que fez um pacto com o diabo em busca de longevidade e juventude para conquistar sua amada. Mas o preço é muito alto e ele torna a repetir o contrato para manter o objeto da aposta. Parnassus roda o mundo com sua filha e uma trupe mambembe em seu decadente freak show medieval, oferecendo ao público a oportunidade fantástica de penetrarem em seu mundo imaginário. Atravessando um espelho aliceano, os curiosos recrutados são deparados com seus próprios sonhos materializados em technicolor 3D. Durante alguns minutos, cada um vive seu próprio País das Maravilhas e, encantados, ficam prontos para renderem suas almas.



Em busca de um sonho, Parnassus acabou preso a um pesadelo sem fim, ganhando uma alma imortal que se exaure desta rotina eterna. Aos curiosos, promete um mundo de sonhos que pode prendê-los como um pesadelo. Uma espiral repetitiva de ilusões e desilusões, portanto, forma o esqueleto de toda a trama. Mais do que uma crítica explícita ao "consumismo" propriamente, Terry Gilliam versa neste filme sobre o apego e a necessidade do desapego.



Consumismo vem na esteira, como uma forma de apego, o apego a sonhos, apego ao que ainda não se tem. Tema já de Munchausen e, provavelmente presente em quase todos os seus filmes incluindo roteiros de Monty Python, o personagem principal aqui é preso à lembrança de uma época de sua vida. E nesse apego leva pessoas ao fundo de seu mar. O final feliz trata exatamente de aprender a se desapegar de tristezas, sonhos, amores e aparências. Assim, o tempo volta a fluir normalmente.

O filme carrega ainda a pecha da maldição. Ao ator Heather Ledger se prometiam favorabilíssimos oráculos parnasianos, mas eis que como Fausto, teve sua alma clamada tão logo avistara o sucesso. E é o filme de retorno e redenção do próprio Gillian, que estivera no purgatório após o fabuloso desastre da fracassada produção de Don Quixote. Em cinco dias de filmagem, cinco desastres se abateram sobre a produção, que simplesmente levaram financiadores e seguradoras a suspenderem o projeto. O episódio todo pode ser visto no documentário Lost in La Mancha, o making of editado. Durante mais de cinco anos, foi obrigado a vender sua maravilhosa alma autoral e dirigir roteiros minimamente decentes para seu calado, como a aventura adolescente Irmãos Grimm (onde conheceu Ledger).


Felizmente, Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrel, amigos pessoais do ator, se encarregaram de concluir as filmagens substituindo alternadamente Ledger. As trocas de atores não afetam nem um pouco o andamento do roteiro, que foi levemente adaptado para aceitar essas mudanças. Lily Colle, que interpreta Valentina, a filha de Parnassus, chama atenção pela beleza exótica. Mas quem rouba a cena é Tom Waits, que interpreta há mais de mil anos um único personagem chamado Tom Waits, mas perfeito ao papel.



* por Nelson Doy Jr. é publicitário, mora no Rio, mas volta e meia curte o Lado B de Salvador, quase sempre ciceroneado por essa blogueira que vos fala.

Imagens: www.imdb.com