Crédito desta foto: eu mesma inspiradíssima...

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26 de mar. de 2011

Vamos pensar em sustentabilidade?


Minha amiga Djenane enviou-me, há algum tempo, essa programação chamada de Carrossel Itinerante, mas confesso que, apesar de achar muito interessante, restringi-me a divulgar por e-mail para alguns amigos e conhecidos.

Duas apresentações já acorreram, mas ainda há tempo para divulgar mais duas. O Carrossel Itinerante é um ciclo de palestras que acontece sempre às primeiras terças-feiras de cada mês, às 19h30, no auditório do Ciranda Café Cultura & Artes, Rua Fonte do Boi, nº131, 1º andar, Rio Vermelho. O evento é gratuito e livre para todas as idades. O tema é livre e o facilitador define a metodologia de apresentação, com duração aproximada de 1 hora e 30 minutos.





Tema: A contribuição da Sistematização de Experiências para o desenvolvimento do campo Agroecológico.
Data: 05 de abril de 2011

Durante mais de uma década o IPB desenvolveu o projeto Policultura no Semiárido em três municípios baianos. Ganhador de vários prêmios, certificado como tecnologia social e apontado pela ONU como uma prática vitoriosa no combate à fome e à pobreza no Brasil, o projeto gerou inúmeros processos de aprendizagem.



Mediante esforço de reconstrução da experiência por meio da sistematização e da análise crítica, foi possível identificar significativas lições, que serão compartilhadas durante o carrossel.

Palestrante: Cinara Del'arco Sanches, Engenheira Agrônoma, Coordenadora do Projeto Policultura no Semiárido


Tema: Conhecendo as Águas Subterrâneas
Data: 03 de maio de 2011

Águas subterrâneas - todos usam, mas não a conhecem
A maior parte da água subterrânea, dentro de algumas centenas de metros abaixo da superfície, está em movimento. Diferente do fluxo dos rios que são medidos em km/h, a água subterrânea se move tão lentamente que as velocidades são expressas em centímetros por dia ou metros por ano.



A razão para esse contraste é facilmente explicado. Enquanto que as correntes fluem através de canais abertos, a água subterrânea se move através de pequenas passagens, freqüentemente ao longo de caminhos tortuosos. Por isso, o fluxo da água subterrânea depende, em grande parte, da natureza da rocha ou do sedimento, através do qual ela se move, ela flui para a superfície de rios ou lagos, ou para os oceanos.

Palestrante: Zoltan Romero - Geólogo, Especialista em Recursos Hídricos e Mestrando em Qualidade de Águas Subterrâneas


Imagens: www.sxc.hu

19 de mar. de 2011

Brutalidade e ternura no Velho Oeste*

Os irmãos Cohen levaram muito a sério a responsabilidade de refazer Bravura Indômita (True Grit - Irmãos Cohen), o clássico faroeste que consagrou o ícone John Wayne ao trazê-lo numa espécie de autocaricatura, na qual quebrou seu estereótipo de durão e somou grande dose de humanidade.



O filme trata da garota Mattie Ross, que contrata o ex-xerife (ou no caso atual um marshall) mais durão da praça para perseguir o assassino do seu pai. O marshall caolho, Rooster Cogburn, é personificado por um Jeff Bridges bastante impressionante. Junta-se a eles um agente californiano interpretado por um fantasticamente irreconhecível Matt Damon.

Pouco a pouco, o trio vai entrando em território indígena, ou seja, rumo ao perigoso desconhecido, e seus personagens vão deixando a caricatura e começam a se tornar mais humanos, rumo ao perigoso desconhecido de cada alma, com vidas marcadas pelo amargor e decepção. Assim também, as situações, engraçadas do início, vão se tornando cada vez mais assustadoras.



Após vários e cômicos entreveros, a dupla compreende finalmente que a caçada está fria e, para o amargor e decepção da garota, decidem desistir. Mas, eis que, de repente, tudo muda. Ao longo do filme, vamos percebendo que o nojento, violento e beberrão Cogburn é na verdade um homem nobre e terno. A presença progressiva da neve à medida que se encerra o outono e se avança a terras altas, além das grandes paisagens inóspitas, deixa claro o destino cinzento e solitário que aguardará a personagem central, exposta a tamanha violência tão cedo na vida.

Uma crítica apontou que a versão dos Cohen, mais brutal, é muito mais fiel ao livro (True Grit – Charles Portis) que o filme original. A mistura do cômico com o violento é perfeita para os Cohen. Temos ainda a tradicional galeria de tipos histriônicos, trechos de aspecto onírico e o sempre presente tema da infantilidade norte-americana, que, para a dupla de diretores, está relacionada à teimosia e estupidez (stubborness, o nosso “partir para a ignorância”).



Curiosamente, a personagem central, a determinada e ao mesmo tempo pedante garota Mattie Ross, de 14 anos (que não se cansa de oferecer bons advogados a todos, numa sátira à sociedade americana moderna), interpretada por Haille Stainfield, justamente se caracteriza pela precocidade, mas numa inversão apenas aparente do tema. Ela, antes de todos, é a maior personificação desse comportamento teimoso e estúpido.

Assim, a crítica vêm aclamando os irmãos Cohen por terem abandonado, madura e respeitosamente, seu cinismo nesta película, e eu discordo disso profundamente. Ao glorificar esses três personagens teimosos e estúpidos, o grau de cinismo dos diretores atinge uma profundidade inédita, porque ele não está infantilmente explícito. Quando aplaudimos e saímos do cinema satisfeitos com o brio heróico dos personagens, somos exatamente a piada dos Cohen. Ao aprovar o comportamento, assumimos nossa posição.



O faroeste norte-americano já passou por diversas fases, sempre tentando adequar um tema clássico às mudanças da sociedade. Dos filmes de cavalaria do pós-guerra, onde o inimigo era o índio, passando pelo faroeste sentimental, depois o psicológico, sendo provavelmente a mais recente tentativa Brokeback Mountain, o cowboy gay.

True Grit vem da fase mais sentimental e humana, e gira em torno da figura do lone ranger, o cowboy solitário e sem patrão, que vaga pelo imenso oeste onde a ordem não é institucionalizada. Outro clássico desse gênero, mas bem mais “bangue bangue“ é Sete Homens e Um Destino (The Magnificent Seven, John Sturgess, 1960, com Steve McQueen, Yul Brynner, James Coburn e Charles Bronson!...), a história dos sete pistoleiros que se reúnem para defender agricultores familiares dos ataques dos latifundiários.


Curiosamente, tanto a figura do lone ranger como o filme Sete Homens têm uma inspiração direta na mitologia do cinema japonês, se Quentin Tarantino acha que esse diálogo é coisa nova. O lone ranger está ligado à figura do rônin, o samurai que teve sua casa feudal destruída e é obrigado a perambular sozinho pelo país, sem patrão. E Sete Homens é uma adaptação da obra Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai, de Akira Kurosawa, 1954, com Toshiro Mifune, o “John Wayne japonês”).


Texto de Nelson Doy Jr., publicitário, mora no Rio de Janeiro e é o crítico de cinema "oficial" deste humilde blog.

Imagens: www.imdb.com

12 de mar. de 2011

Pílula B: Depois da Folia, o retorno da Poesia!*




Recebi do escritor e querido companheiro no trabalho, Goulart Gomes, o seguinte convite e já estou agendada para esse compromisso. Sugiro que se agendem também.

"No Dia Nacional da Poesia, 14/03/2011, a partir das 18 horas, estaremos lançando duas antologias poéticas: Poetrix 4 e Pórtico XV na Livraria Cultura do Salvador Shopping.

Participam os colegas Vladimir Queiroz, Vicente Cariri, José Walber e Carlos Valadares.

Contamos com a sua presença!"

Esclarecimentos nas palavras do próprio escritor:
O POETRIX é um poema composto de:
- título
- estrofe de 3 versos (terceto)
- máximo de 30 sílabas poéticas

O GRUPO CULTURAL PÓRTICO é uma das mais bem sucedidas experiências de auto-gestão e produção literária coletiva realizada no Brasil. Ele foi oficialmente criado em 10 de maio de 1995.



* Do texto de Goulart Gomes (adaptado)

3 de mar. de 2011

Devolvam o Carnaval! *



Os não carnavalescos, que ficam atrás das suas mesas, enterrados nas suas poltronas e ventilando os seus fundilhos no ar condicionado e ditando normas para a festa, transformaram a grande festa de carnaval em meros desfiles de “estrelinhas televisivas".

Quando na quinta feira era anunciado pelo desfile do Rei Momo “já é carnaval”, a grande festa, tinha o seu grande diferencial na Bahia por ser um desfile do povo, pelo povo e para o povo, sem padrões pré-estabelecidos, onde cada folião era único e trazia na sua expressão ou na sua fantasia a sua novidade e/ou mensagem.

Cada bairro tinha o seu carnaval de forma mais homogênea, a festa, por ser mais pulverizada se tornava menos desconfortável, com receita financeira mais equalizada e por conseguinte bem menos violenta em função dessa homogeneidade. Pra você participar do Carnaval, bastava sair de casa independente de onde morasse.



A festa acontecia onde ela acontecia, não necessariamente de forma ordenada, mas, com certeza mais festiva e mais equilibrada. Os palanques ou palcos montados para receber os músicos, animadores do evento, distribuíam animação por toda a cidade transformando Salvador numa só festa. Certamente que os repórteres e emissoras de rádio e televisão corriam atrás das notícias procurando divulgar o que fosse mais interessante porque o artista na realidade, (o folião), estava fora dos palcos fazendo a festa acontecer.

Com a interferência nociva das emissoras e dos “poderes” públicos, visando “burramente” um interesse imediatista puramente financeiro manipulam o carnaval (como diz Armandinho: "manipulam e não pulam"), transformando a festa nesse desfile “sem graça” de "estrelinhas"... que desafinam o tempo inteiro ou cantam músicas que mais parecem um monte de palavras bobas soltas em frases infantis acompanhadas por melodias compostas por quem certamente só toca violão lendo revistinhas de músicas que vende em bancas de revistas.... BAH!!!!



Sem saudosismo, mas sentindo falta de brincar o carnaval e não ter que ir a ridículos e desanimados e caros camarotes (programa prá turistas) ou idióticos e patéticos “adadás” pra ficar caminhando dentro de cordas de blocos olhando pra cima do trio, à espera da TV filmar pra que se possa demonstrar animação, verdadeiras pipocas dentro de uma panela... Esses sim são as "PIPOCAS"...!!

Nada de circuitos ou curtos-circuitos de carnaval, a festa é um todo em toda a cidade!!!! Absurdo!! Até as (manipuladas) estatísticas de acidentes e incidentes durante a festa só computam o que acontece dentro do "circuito"... !!!

Adoro o Carnaval verdadeiro...!!!, do Campo Grande a Praça da Sé, o Carnaval do Pelourinho, os carnavais de bairros ou de onde naturalmente a emoção nos indica, os lugares aonde os trios elétricos atuais e a televisão não têm ido!!. Mais cômodo prá eles que montam as suas tendas e dizem que as notícias do Carnaval se restrinjem a aquilo!!!



Quem é a Televisão ou quem quer que seja que pode definir o percurso “oficial” do carnaval da Bahia?!!.. O Carnaval é uma festa da cidade... !!!
Foliões!!!..Não deixem que quem quer que seja imponha mais essas mudanças. Não deixem que tomem o carnaval do povo. Se vacilar logo-logo estarão cobrando taxas pra você sair de casa nos dias de Carnaval...!!! e se pular fora do local de interesse deles você será até punido...!!

Indignadamente,

* Marcus Aragão Vergne(líder da banda Nil Beatles Brazil)


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