Crédito desta foto: eu mesma inspiradíssima...

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25 de dez. de 2012

Um 2013 com visão de raio B


Que possamos vivenciar arte, paz, harmonia, sorrisos, prazer, amor... e tristeza também, pois ela é parte do ser humano. E, para lidar com ela, FILOSOFIA! Confira o vídeo postado no Facebook e curta a nova página do Lado B também no Facebook para ficar por dentro do não "oficial" e... carpe diem!


Aproveito a oportunidade para recomendar o filme "Gonzaga - de pai para filho". Apesar de ter perdido um pouco o time (realmente duas horas são desnecessárias), é uma obra de qualidade. Uma bela história sobre a vida desses dois grandes músicos, muito rica em lições para gente.

Aos psicólogos, filósofos, espiritualistas de plantão e outros tantos que se interessem pela natureza humana: é comovente o esforço, especialmente de Gonzaguinha, para resgatar a relação com o pai. E parece que o resgate foi profundo...

Ah, minha mãe adorou aquelas lindas "modinhas" da época dela! Está na Sala de Arte do Paseo em ótimo horário, 18h15.

15 de dez. de 2012

Vá ao Vila, velho


Quem não conhece, esse é um velho slogan do Vila. Suuuuuper descolado, que comunica muitíssimo bem e tem a cara desse grande teatro, que é, para mim, a mais importante referência histórica e contemporânea de produção cultural de Salvador.

Já é verão (no Vila), cidade! As inscrições já estão abertas para as oficinas do Vila Verão: teatro, corpo, voz, fotografia, vídeo, produção cultural, entre outras técnicas, inclusive para crianças, abertas ao público em geral. Basta entra no site, na seção das oficinas e workshops.


Tem ainda o Amostrão Vila Verão. Fiquei interessadíssima na peça "Prometheus" e já estou agendada para janeiro. O motivo de tanto interesse? Mitologia grega! Para mim, um dos mitos mais fascinantes do panteão clássico. Além de "Drácula", que não pude assistir quando entrou em cartaz. "(...) espetáculo do diretor Marcio Meirelles, baseado em um dos mais célebres romances de horror de todos os tempos: o homônimo Drácula, de Bram Stoker (1897), e marcado pelas interfaces entre o teatro, a tecnologia e as novas mídias."


A banda Scambo - que tive oportunidade de conhecer na semana passada e com a qual me encantei pela qualidade técnica, poética e pelo engajamento - marca presença no dia 4. "Integrante e fomentadora de movimentos musicais e culturais da Bahia, a banda teve oito indicações do Troféu Caymmi de 2004, com seis estatuetas premiadas, foi pré-selecionada ao Prêmio Tim de Música Brasileira, e uma turnê em 2006 pelo sudeste do país."


Na agitada e fascinante (como diria Spock) agenda do Vila, tem ainda o Fórum Shakespeare (afff...), do qual, infelizmente, não poderei participar por não me encaixar em nenhum dos públicos. #arrasada Confira texto de divulgação abaixo:


"O Fórum Shakespeare é um intercâmbio artístico e educativo entre o Brasil e o Reino Unido que tem o objetivo de explorar, compartilhar, representar, repensar, transformar, e celebrar o legado de Shakespeare. Através do uso das artes teatrais e de textos clássicos do Bardo, o Fórum Shakespeare pretende inspirar artistas e platéias através de uma intensa, criativa e contemporânea troca de experiências; aprimorar conhecimentos, experimentar através da linguagem cênica, e criar espaço para o desenvolvimento técnico e artístico. O Fórum Shakespeare é uma parceria entre o People’s Palace Projects e o Teatro Vila Velha, faz parte do programa Transform, do


Texto aspeado e fotos: www.teatrovilavelha.com.br

27 de nov. de 2012

Cinco formas de se encantar antes que o mundo acabe

Dizem que o fim do mundo será em 21 de dezembro de 2012, pelo calendário Maia. 
O fatídico dia está chegando e é uma sexta. Que tal um roteiro especial antes disso?
1 - Para mim, encantamento é ver o Matita Perê subir ao palco e se apresentar no aconchegante Teatro do Sesi e nos supreender a cada temporada, em um mesmo ano, com shows completamente diferentes. Mas é surpresa meeeesssmo. Muito mais do que eu espero, sempre, sempre... E ainda me tiram lágrimas dos olhos com uma tal de uma "Valsa do Quasar"! Meu Deus, que coisa linda e especial! Obrigada Borega e Lu, por me reconectar ao Universo... Se você quer se encantar assim como eu, ainda tem uma última chance antes do mundo acabar: dia 30 de novembro, sexta-feira, no Teatro do Sesi-Rio Vermelho. Ingresso: R$ 14 (inteira).
  

2 - Se você quer se encantar, antes do mundo acabar... Leia textos de Alexey Dodsworth. Não li ainda seu primeiro livro "Os Seis caminhos do amor", lançado em novembro, mas, pelo longo histórico que conheço de sua trajetória, não tenho dúvida que essa obra causará esse efeito, tal como suas reflexões filosóficas e interpretações astrológicas (ele fez o meu primeiro mapa de nascimento, muito antes de se tornar o autor das interpretações do site Personare). A propósito, ele explica direitinho esse negócio polêmico do fim do mundo pelo calendário da antiga civilização pré-colombiana Maia.


3 - Oportunidade única de sair enebriado de um espetáculo é ver o Circo Picolino numa homenagem ao mestre do Cinema Novo, Glauber Rocha. "Guerreiro" tem apenas mais três apresentações na Soterópolis antes de partir para temporadas no Rio de Janeiro e São Paulo. Então, aproveitem. Na sede do circo, em Pituaçu,[ERRATA] somente no dia 7 de dezembro, às 20 horas. Ingressos: R$ 10.

4 - Admirar a riqueza de nossas raízes é mais que encantamento, não é? Então confira uma história em quadrinhos da melhor qualidade literária e técnico-artística que acaba de ser lançada: "O Curupira e o Caçador", de Elton Almeida. Parece que essa obra veio a calhar em tempos de comoção pelos genocídios dos nossos frágeis e sofridos povos indígenas. É (sempre foi e sempre será) hora de defender nossas raízes étnicas, de preservar o que é parte de nós e o que ajudou a construir muito da beleza de nossa cultura, apreciada e valorizada em todo o mundo, mas não tanto por nós mesmos.

5 - E se você quer se encantar ainda mais, antes do fatídico 21 de dezembro, tem O Teatro Mágico, no dia 9 de dezembro, às 16 horas, no Bahia Café Hall. Ingresso: R$ 40 (pra todo mundo). A trupe foi apresentada a mim, apenas pela internet, pelo meu amigo Thales Fernando (valeu, amigo!). E simplesmente não tenho palavras para descrever o que senti. Então, deixo que eles falem por si mesmos no texto abaixo, adaptado do release de divulgação:

Depois de oito anos de trabalho, mais de 400 mil CDs vendidos e o DVD ultrapassando 120 mil cópias, a trupe festeja, sem perder de vista o projeto de 'A Sociedade do Espetáculo', inspirado na obra de Guy Debord, que tem o mesmo título.

A obra ainda atual do filósofo francês versa sobre a imagem enquanto elemento organizador da sociedade do consumo, transformando a realidade em ficção, e a ficção em realidade. O conteúdo das melodias e letras traz o questionamento do mundo em que vivemos hoje, como em "Amanha...será?" inspirada nas atuais manifestações que acontecem no oriente médio organizadas pela Internet, e "Esse Mundo Não Vale o Mundo", com letra que remete à Carlos Drumond de Andrade.


Assim como no álbum anterior, a trupe discute o seu cotidiano político/cultural, sem esquecer também o lado sentimental, como foi no primeiro CD (Entrada para Raros, 2003), álbum este que resgata um humanismo individual e coletivo, provocando uma catarse com o forte tom positivista que só sabe quem já esteve em um show d'O Teatro Mágico.



Há mais de 8 anos na estrada, a trupe se consolidou como principal fenômeno da internet no Brasil, obtendo mais de 6 milhões de downloads oficiais na rede, milhões de views no Youtube, centenas de seguidores e fãs em redes sociais além de aparições importantes em programas da mídia tradicional.


Texto  adaptado e fotos: site de O Teatro Mágico (recomendo visitar, porque as referências imagéticas são muito interessantes - atenção, junguianos!): http://oteatromagico.mus.br/

Demais fontes constam nos respectivos posts, cujos links estão em cada parágrafo referente ao tema. Clique nos links para ter mais detalhes sobre as recomendações do Lado B.

15 de nov. de 2012

O santo guerreiro Glauber

"Guerreiro"é um espetáculo de circo baseado na vida e obra do genial cieneasta baiano Glauber Rocha. A produção mostra o jeito de Glauber filmar, de pensar o Brasil, de lidar com a ditadura e de não ter medo de assumir posições polêmicas.

 
Em cartaz desde outubro, o espetáculo acontece sempre às 20 horas, no Circo Picolino, em Pituaçu, em Salvador, até 7 de dezembro. Mas bem que dá pra aproveitar o clima relax do pós-feriado para assisti-lo nesta sexta ou sábado (16 e 17), não é? Os ingressos custam R$ 20 (inteira).

Ah, tem patrocínio da Petrobras (orgulho...) e depois parte para temporadas no Rio de Janeiro e em São Paulo de janeiro a fevereiro de 2013, viu, pessoal?

Com criação, roteiro e direção de Anselmo Serrat e elenco formado por 30 artistas, essa é a segunda montagem do espetáculo, que já foi apresentado pela companhia há 12 anos. Traz efeitos tecnológicos cênicos de imagem, luz e som, tornando o "Guerreiro" uma apresentação de multi-linguagens, portanto, uma referência à estética adotada por Glauber Rocha em suas obras.

Vale ressaltar o repetório musical, com destaque para as belíssimas canções "Fita Amarela", de Noel Rosa e "Bachiana nº 5", Heitor Villa Lobos (confira em matéria da TV Bahia, afiliada da Rede Globo em Salvador).

O Circo Picolino é uma ONG com quase 30 anos de vida, que luta pela preservação das artes circences em Salvador e tem sede permanente na capital baiana, onde são ministradas várias atividades educativas e formativas, além de ser palco para agitos multiculturais.



Confira demais canções do repertório:

"O Circo Cheio de Gente" (Amadeu Alves e Dalton)
"Jenipapo" (Amadeu Alves)
"Matador de Cangaceiro" (Sérgio Ricardo)
"O Circo e o Cinema" (Amadeu Alves e Dalton)
"Cosme Damião Chegou"  
"Santo Guerreiro"
"Jazz Samba, Samba Jazz" (improviso)
"Rio, Cuba, Paris, Conquista" (Amadeu Alves e Dalton)
"Brother" (Jorge Benjor)
"Quadrante" (Amadeu Alves)
"Se Entrega Corisco" (Sérgio Ricardo)

SERVIÇO:

Guerreiro
Local: Circo Picolino (Av. Otávio Mangabeira – Pituaçu)
Telefone: (71) 3363-4069
Dias: 16, 17, 23 e 24 de novembro e 7 de dezembro
Preço: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia)

7 de nov. de 2012

Todo dia era dia de índio


 Estou fora da cidade, mas o Lado B continua em alerta, hein?! rsrsr... Uma história em quadrinhos da melhor qualidade literária e técnico-artística acaba de ser lançada: "O Curupira e o Caçador". Parece que essa obra veio a calhar em tempos de comoção pelos genocídios dos nossos frágeis e sofridos povos indígenas. Aos amigos junguianos, isso me parece total sincronicidade! Mas digo por quê...

Antes, vale lembrar que todo dia É dia de índio. De defender nossas raízes étnicas, de preservar o que é parte de nós e o que ajudou a construir muito da beleza de nossa cultura, apreciada e valorizada em todo o mundo, mas não tanto por nós mesmos. É um sério problema de autoestima nacional... Porque estamos destruindo nossos povos indígenas há séculos, desde que o país foi "descoberto" - basta observar o contigente de descendentes de indígenas nos países da América do Sul em relação ao Brasil e veremos que é, em verdade, um genocídio histórico, que, pra nós, virou paisagem. Lamentavelmente...
  
E o porquê a sincronicidade? Conheço o designer, ilustrador e quadrinista Elton Almeida, autor desse belo trablho, há pelo menos uns oito anos, época em que éramos colegas de trabalho (e felizmente voltamos a ser hoje!). Desde essa época, ele fala do sonho de publicar uma história em quadrinhos sobre as nossas raízes indígenas.
 
E nada melhor que lançar mão dessa rica mitologia que já temos registrada por aí, nos livros, graças a Deus (pra não se perder nas tradições orais belíssimas, mas tão vulneráveis a esse cenário de super informação em que vivemos).
 
Reproduzo aqui texto do autor. Parabéns, Elton, por mais essa conquista e pelo seu talento!

"A história em quadrinhos 'O Curupira e o Caçador' é uma adaptação do conto indígena folclórico traduzido pelo pesquisador Barbosa Rodrigues Rodrigues (*1842 +1909) na obra Poranduba Amazonense.

A HQ está disponível para compra no site Clube dos Autores, nas versões padrão – mais simples, encadernada com grampos (clique aqui) – e especial – com papel mais grosso e conteúdo extra (aqui).

No meu website (www.eltoncarlos.com.br/sonhosdepapel) é possível obter mais informações, além de fazer o download do trailer em PDF e de uma versão demo, também em PDF.

Se tiverem interesse e puderem adquirir um exemplar, seria ótimo, mas já ficaria muito grato se divulgarem aos parentes e amigos e nas redes sociais, especialmente para aqueles que gostam de HQs ou têm interesse no tema folclore."
 
 
Mais infos:
www.eltoncarlos.com.br
www.eltoncarlos.com.br/sonhosdepapel
www.designup.pro.br/pro/eltoncra

2 de nov. de 2012

Amor... mas com personalidade!

 

Reproduzo divulgação do próprio autor sobre o lançamento do primeiro livro do astrólogo baiano Alexey Dodsworth. Conhecido pela maioria das pessoas como o consultor do Personare, ele é muito mais que isso. Tive o privilégio de conhecer a seriedade de seu trabalho como pensador muito antes do Personare existir, na época em que ele ainda morava em Salvador. Foi com ele que  "descompliquei" a astrologia em minha cabeça! Tive a oportunidade, com alguns poucos privilegiados, de ouvir uma palestra dele sobre o tema do livro, que foi uma espécie de chave para iniciar uma longa trilha de compreensão desse tema. Infelizmente, não poderei ir ao evento. Curtam por mim!

"Em 'Os Seis Caminhos do Amor', Alexey guia o leitor pelas seis faces do amor descritas pelos gregos antigos despertando o entendimento e a aceitação do jeito de se relacionar único que cada um tem. Associando as faces do amor a elementos astrológicos e exemplificando com histórias reais selecionadas do Fórum Personare, Alexey apresenta conceitos filosóficos e da psicologia de um jeito simples e acessível, ajudando cada um a encontrar o seu próprio jeito de trilhar sua história amorosa.", explica o seu perfil no Face.

Eleito líder do time intitulado "Yaka" no reality show ecológico Amazônia, uma produção proveniente da parceria entre a Endemol e a Record, Alexey foi um dos semifinalistas do programa. A grande final do reality foi ao ar à meia-noite do dia 26 de março de 2012 e consistiu de um jogo de perguntas e respostas, cujo objetivo era avaliar a absorção de conhecimento entre os participantes.

"Em anexo segue o convite para o lançamento de meu primeiro livro solo, "Os Seis Caminhos do Amor", Editora Verus. O primeiro lançamento ocorrerá em Salvador, no dia 6 de novembro próximo, terça-feira, às 19h, na Livraria Terceiro Milênio - Rio Vermelho. Às 19h ocorrerá um bate papo com o autor e, às 20h, sessão de autógrafos. Entrada franca [obviamente].

O livro é dividido em três partes: 1. Filosofia do Amor; 2. Uma Psicologia do Amor; 3. Astrologia do Amor. Foi leve e divertido de escrever.

Oscar Quiroga gentilmente assina o prefácio: 'Por meio deste livro, o autor cumpre de forma primorosa seu ofício, tanto de astrólogo como de filósofo. Em primei­ro lugar, destruindo impiedosamente as ilusões e, depois, nos exortando a abandonar toda esperança, atitudes fundamentais para abordar um tema tão ansiado por todos: o amor. À primeira vista, isso pode parecer um paradoxo, pois não é o que se espera, pelo menos não de um livro que provavel­mente seria classificado como autoajuda e disposto nas livrarias junto a inúmeros outros títulos que seduzem os leitores com receitas e fórmulas para encontrar o grande amor e o sucesso, mas que, pelo andar da carruagem, não demonstram ser tão eficientes quanto proclamam. Este livro se propõe a esclarecer o amor, pois a autoajuda contemporânea termina por ser per­versa em sua ingenuidade, como bem aponta o autor.'


Na sequência, ocorrerá o lançamento em São Paulo e Rio de Janeiro. Em breve dou notícias sobre os lançamentos nestas cidades."

Saiba mais sobre o autor:
http://www.facebook.com/events/376550935756757/
http://www.personare.com.br/alexey-dodsworth-2
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexey_Dodsworth_Magnavita
http://devir.wordpress.com/about/




Imagens:
Foto de minha autoria "Sequestro de Perséfone por Hades sob o olhar de Zeus", no Instituto Brennand, em Recife, representando o aspecto conveniência do amor.
O Beijo, de Rodin (http://palacetedasartesrodinbahia.blogspot.com.br/), representando o aspecto apaixonado do amor.

20 de out. de 2012

Rodin fica até final de outubro




Gente, o acervo que está aqui desde 26 de outubro de 2009, no Palacete das Artes Rodin Bahia (Graça), vai voltar pra França. Quem não viu, é chegada a hora. Além disso, é um programa gratuito.

"(...) O Palacete das Artes Rodin Bahia passou a abrigar 62 peças, em gesso, de Auguste Rodin, com a concorrida exposição Auguste Rodin: homem e gênio. Concretizou-se, assim, um dos mais importantes projetos museológicos vistos na Bahia, que tem acelerado o número de visitações aos nossos museus, redefinindo a concepção popular sobre espaços museais, antes entendidos como locais destinados a guardar “coisas velhas” e detentores de objetos obsoletos; lugares estagnantes e sem vida em movimento.

Uma nova perspectiva se abriu a partir daí. Essas obras de Rodin, expostas na Bahia, aqui chegaram em regime de comodato e ficarão entre nós, por um período de três anos. Além de promover o fomento cultural na esfera do turismo nacional e de despertar, no público, o interesse pela linguagem artística da escultura, abrigar essas peças em nossa cidade é proporcionar o acesso de todos à cultura universal, promovendo diálogos artísticos imprescindíveis com a França, reacendendo a tradição cosmopolita que a Bahia, desde os seus primórdios, sempre representou.
 

O contrato de empréstimo das 62 obras foi assinado pelo governador Jaques Wagner, pelo secretário da Cultura, Márcio Meirelles e por Dominique Vieville, atual diretor do Museu Rodin Paris.



Auguste Rodin: homem e gênio conta com a curadoria de Heloísa Helena Costa, responsável também, por todo o projeto científico que propõe estratégias de formação de público e que ativa, de modo sistemático, as visitações a este grande espaço cultural em solo baiano."



Texto (adaptado) e imagens do site
http://www.palacetedasartes.ba.gov.br/

14 de out. de 2012

Escritor baiano “perde” todos os seus livros *

 
Primeira tiragem do novo livro de Goulart Gomes - que participa da Flica, no próximo fim de semana - será distribuída gratuitamente

Você vai a uma praça e encontra um livro em um banco do jardim. Olha para os lados e não vê mais ninguém. Apanha o livro e leva para casa. Só então você percebe que aquela obra está inserida em um movimento mundial de “libertação” de livros, chamado Book Crossing. Isto é o que está acontecendo com a primeira tiragem do novo livro do escritor Goulart Gomes, intitulado VÓS SOIS MÁQUINAS (Editora Livro.com, 2012). Exemplares já foram deixados em vários locais de Salvador, Camaçari e Rio de Janeiro. A obra é o décimo quarto livro publicado pelo autor, seu segundo romance de ficção científica. O personagem central da história, que se passa no século 23, é um androide chamado Andr-El, que consegue estabelecer contato com seres de outra dimensão, o que provoca um rebuliço no planeta. O livro foi escrito com recursos do edital de Criação Literária 2010, da Fundação Pedro Calmon, Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. A primeira tiragem, de 250 exemplares, será distribuída gratuitamente.
 

Book Crossing ( www.bookcrossing.com.br) é um movimento mundial que estimula as pessoas a “libertarem” livros, novos ou seminovos, em locais públicos, possibilitando a outras pessoas que os leiam, também. Existe, ainda, a possibilidade dos livros serem deixados em pontos específicos. Em Salvador, o único ponto de Book Crossing está localizado no Café Aliança Francesa, na Ladeira da Barra, onde o VÓS SOIS MÁQUINAS também foi “libertado”.


 Segundo Goulart, o objetivo da sua atitude, ao cadastrar no projeto todos os exemplares dessa primeira tiragem, é socializar o acesso ao conhecimento, cultura e informação, fazendo com que a obra atinja leitores que, normalmente, não teriam esta oportunidade. A próxima ação do escritor será “libertar” exemplares no município de Cachoeira, durante a realização da festa literária (FLICA). O autor terá participar como convidado no dia 19 de outubro.

*Texto: adaptado da assessoria de imprensa
Imagens: www.goulartgomes.com

8 de out. de 2012

As cores mais lindas do som


Eles estão de volta. Não há palavras para definir as belas e bem harmonizadas palavras das canções de A Cor do Som. E não há cores em minhas palavras que possam dar o tom desse som. Se eu falar muito estraga, porque eles não precisam de apresentações. A menos que a apresentação seja... de Moraes Moreira:

 "Aqui e agora o meu grito se junta ao grito da galera: Por que parou? Parou, por quê?", na apresentação do website oficial do grupo.
 
Então, se liguem: o show é domingo, às 19 horas, na Concha Acústica do TCA. Para ficar ainda mais bonito, o ingresso custa 20 reais (inteira), pelo projeto MPB Petrobras (orguuuuuuulho!).
 



Quem quiser saber a origem da banda, de onde veio esse lindo nome e otras cositas más, acesse o site oficial, que tem infos bem interessantes.
 
Povo das antigas, uni-vos! heheheh...
 
 
 
 
 
 
 
 
 

27 de set. de 2012

Dançando com a escavadeira

Sim, é isso mesmo! Aquela máquina utilizada em construção civil pode ser uma boa parceira de dança. Pelo menos é o que promete o espetáculo de abertura do Festival internacional de Artes Cênicas (Fiac), que completa 5 anos em 2012, está maior, mais diversificado e faz a minha alegria. Fico ansiosa para que chegue esse momento do ano! Affff... Confira texto de divulgação que está no site do Fiac. Ah, fiquem ligados no perfil do Fiac Bahia no Facebook, porque tem informações curiosas e promoções.


"Transports Exceptionnels consiste em um inusitado duo entre um dançarino e uma escavadeira que tem surpreendido e encantado espectadores em diversos lugares públicos ao redor do mundo. Segundo o coreógrafo, o duo é uma possibilidade de reviver aqueles momentos da infância em que proporções tomam outra dimensão e nos quais a rua se torna um playground extravagante. Graças ao seu tamanho gigantesco, a máquina cria tensão com o corpo do dançarino. É um encontro inesperado, um dueto entre o homem e a máquina.

Na sequência, começa a primeira noite de funcionamento do Ponto de Encontro, ambiente de celebração que já é tradição do Fiac. Os quatro DJs do coletivo Sistema Kalakuta comandam as carrapetas ao som dos ritmos africanos. O Ponto de Encontro prossegue ainda nos dias 29 e 30/09 e de 04 a 07/10.


Abertura do FIAC
Quando: 28 de setembro, 21h.
Onde: Pátio Unhão (espetáculo) e Galeria subsolo do MAM (festa) – Av. Contorno s/n.
Quanto: O espetáculo é gratuito e os ingressos para a festa custam R$6 (inteira) e R$3 (meia)."

Sobre ingressos:

"Vendas na Bilheteria Central do Fiac, montada no Teatro Castro Alves, todos os dias até 6/10, das 12h às 18h), até o dia anterior da apresentação do espetáculo. Nos dias das apresentações, a venda dos ingressos será feita no próprio local de apresentação do espetáculo, sempre até duas horas antes do espetáculo.



Para os espetáculos em cartaz na Sala do Coro do TCA, os ingressos são vendidos na própria bilheteria do Teatro Castro Alves. Cada pessoa só pode comprar até quatro ingressos por espetáculo. Os espetáculos em cartaz na Sala do Coro são Édipo (dias 29/09 e 30/09), Aquilo que Meu Olhar Guardou para Você (02/10 e 03/10) e Viúva, porém Honesta (05/10 e 06/10).

O valor do ingresso é de R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia) para cada espetáculo. Vejam quais são GRATUITOS:


  • Os espetáculos nas praças e ruas (Transports Exceptionnels, Apparitions/ Disparitions, Árvores, Butô de Bêbado Não Tem Dono e Bolero de 4).
  • O Jardim, no Instituto Federal da Bahia – IFBA (antigo Colégio Marista no Canela) – senhas distribuídas uma hora antes do início da sessão.
  • Siré Obá – A Festa do Rei, no Centro Cultural Alagados – senhas distribuídas uma hora antes do início da sessão.
  • Fotografia e Pangea, apresentados numa mesma sessão no Centro Cultural Plataforma - senhas distribuídas uma hora antes do início da sessão.
  • O Circo de Soleinildo, no Solar Boa Vista (gratuito apenas nos dias 04/10 e 07/10) - senhas distribuídas uma hora antes do início da sessão.A abertura do festival conta com duo de dançarino e uma escavadeira e festa com coletivo de DJs, no dia 28/09, a partir das 21h, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). O espetáculo Transports Exceptionnels, do coreógrafo francês Dominique Boivin, tem entrada franca e acontece no Pátio Unhão. Já a festa, a primeira do Ponto de Encontro, tem ingressos a R$6 (meia) e R$3 (meia) e acontece na Galeria Subsolo do MAM."
Texto e fotos adaptados de http://fiacbahia.com.br/2012/

6 de set. de 2012

Banda Buraqueira valoriza o lado cult do brega*


A Banda Buraqueira está na trajetória de reescrever e, ao mesmo tempo, reafirmar a importância da música brega no cenário musical brasileiro, em especial na cena de Salvador. Formada por músicos experientes e arranjos competentes, os integrantes se propõem a dar um certo frescor, com pegada pop, a um dos estilos mais tradicionais, populares e controversos da música nacional. Com essa proposta da banda, a noite da cidade já conta com uma excelente opção musical para quem deseja dançar, ouvir com atenção ou simplesmente rememorar amores feitos e desfeitos ao longo do tempo.


As controversas em torno da música brega situam-se, sempre, na busca de uma definição exata sobre qual canção ou artista se enquadra no estilo. A Banda Buraqueira parece não se preocupar com isso. Para o grupo, a pegada romântica, dita de forma direta, singular e tão brasileira é o que conta na hora de escolher o repertório e executá-lo, com o sentimento de admiração e respeito pelos autores e intérpretes que consagraram o brega no Brasil.
  
Odair José, um dos maiores expoentes do gênero, define de forma muito precisa os autores do brega como “os cronistas do simples”. Foi com o repertório desta simplicidade romântica que a Banda Buraqueira gravou o primeiro CD, Água Branca, e vem lotando várias casas noturnas de Salvador, por onde passa.



Fiéis seguidores

De acordo com o vocalista Antonio Muccini “o nosso som trata com reverência as canções que estão muito ligadas à memória afetiva das pessoas e compõem o mosaico da diversidade sonora brasileira”, conclui. Já para o tecladista Daniel Cathalá, “do palco, percebo que já é possível identificar uma crescente legião de seguidores, o que significa que nossa música está conseguindo uma boa resposta do público”, explica. 
 
O set list do repertório da Banda Buraqueira logo de saída remete aos grandes bailes, com a abertura ao som de O milionário, música instrumental dos Incríveis, que atravessa gerações com o jeito retrô, mas com uma harmonia extremamente moderna. Daí em diante, há uma overdose com o melhor do brega, da lavra de Reginaldo Rossi, Diana, Roberto Carlos, Márcio Greick, Lindomar Castilho e outros grandes nomes do gênero. Há também espaço para “tocar Raul”, com o melhor romântico do Maluco Beleza.  
 
 
A Banda Buraqueira é formada por Antonio Muccini, violão e voz; Daniel Cathalá, teclados; Nairo Elo, bateria; Rudnei Monteiro, guitarra e Renato Nunes, contrabaixo. Para curtir, seguir ou compartilhar o som da banda, acompanhe a programação: www.facebook/bandaburaqueira e www.bandaburaqueira.com.br.
 
 
Texto: *Alberto Freire, jornalista e professor de pós-graduação na área de Comunicação

4 de jul. de 2012

Um livro que é um viagem...


"Penso, Logo Insisto" é o primeiro livro de crônicas que a jornalista Luciana Dias, apresentadora e diretora de televisão, lança nesta quinta-feira, 5 de julho, no bairro mais badalado da city, Rio Vermelho. O livro tem uma linguagem leve, gostosa de ler, e conta fatos inusitados e curiosos. Tem ilustrações de Mônica San Galo e design de Guto Chaves. Confira detalhes abaixo no texto da Editora Aquariana - aliás, a autora é aquariana!

"Este livro nos remete a uma viagem lado a lado com Luciana Dias... dias, noites, meses e anos de uma trajetória única e fascinante! Em ritmo de crônicas, cronologicamente traçadas para rir, chorar e se identificar ou não com as impagáveis situações descritas... Compartilhando emoções, vivenciando situações reais ora maquiadas, ora escancaradas ...de uma vida incomum, a escritora sugere uma reflexão do nosso olhar sobre nós mesmos."

Luciana Dias Kritski, mais conhecida como Luciana Dias, nasceu em Curitiba. Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Paraná, já atuou na TV Tambaú (João Pessoa), produzindo e apresentando o programa TVM. Foi redatora do programa By Night na mesma emissora em 1991. No programa Mais Você, apresentado por Ana Maria Braga, apresentou e dirigiu o quadro de viagens Mais Brasil. Atualmente dirige campanhas publicitárias, documentários e filmes.


Fontes: 
www.aquariana.com.br/pensologoinsisto
www.viajandocomlucianadias.blogspot.com.br
Wikipedia
Imagem: convite virtual do evento

1 de jul. de 2012

Para Roma com Amor é o novo destino da geografia de Woody Allen

Por Alberto Freire*


O mais recente filme de Wood Allen Para Roma com Amor amplia a geografia cultural e cinematográfica que o diretor americano vem traçando nos últimos tempos, após revelar as entranhas de Nova York por meio de suas histórias, conflitos e personagens nada lineares. No elenco estão, além do próprio diretor, Alec Baldwin, Roberto Benigni, Penélope Cruz, Judy Davis, Jesse Eisenberg, Greta Gerwig e Ellen Page.  

Este longa é dividido em quatro histórias que não se cruzam, vividas em Roma. Em um delas, um casal americano (Woody Allen e Judy Davis) vai à cidade para conhecer a família do noivo italiano de sua filha. Outra história traz Leopoldo (Roberto Benigni), um homem comum que é confundido com uma celebridade pela mídia. O terceiro episódio apresenta um arquiteto americano (Alec Baldwin) que visita Roma e suas memórias afetivas da juventude. O último traz dois jovens recém-casados que se perdem pelas ruas de Roma e uma garota de programa Ana (Penélope Cruz) se insere entre eles.

Logo na abertura Woody Allen fascina o olhar do espectador com imagens da bela cidade, com uma trilha sonora que revela a singularidade da música italiana. Este inicial passeio cinematográfico é acompanhado pela canção Nel blu dipinto di blu (Volare), de Domenico Modugno. Eis a magia do cinema, que Allen explora de forma muito apropriada, como já fizera na abertura de Meia Noite em Paris. 
 
As marcas registradas do diretor estão perfeitamente identificadas no filme. O embate entre o pensamento de esquerda com o mais tradicional capitalismo americano apresenta Allen, ator e diretor, com seu humor ferino e mordaz. Nesta história o nonsense também se faz presente com um cantor de ópera que só consegue se exibir debaixo do chuveiro, mesmo em teatros e para plateias de elite. 


A ironia com a mídia lança luzes sobre um Roberto Benigni no papel de funcionário burocrata e comum que se transforma em celebridade imediata, sem nenhum atributo que se justifique. As perguntas dos repórteres e a respostas do novo e improvável pop star radicalizam o vazio de conteúdo que sustentam os programas televisivos que gravitam em torno do mundo glamoroso das sub-celebridades midiáticas, construídas e descartadas com a mesma velocidade e intensidade.  

Nas outras histórias que se guiam pelo fio condutor do cotidiano dos relacionamentos, Woody Allen se reinventa. Como em outros filmes, ele expõe os personagens às dúvidas sobre o significado existencial, as neuroses, os conflitos interiores e os desejos explícitos ou sublimados por convenções sociais. Tudo com o humor e a leveza tão apropriados para tratar destes temas. Nestas fábulas o espectador ri muito, mas não sabe se ri dos personagens na tela, do vizinho da poltrona ao lado, ou de si mesmo.

A cidade de Roma já foi cenário de importantes filmes, em especial nas obras de Federico Fellini e os neo-realistas italianos do pós-guerra, que mostraram ao mundo que a deficiência de recursos poderia ser apropriada como importante elemento estético e narrativo. Woody Allen opta por expor uma Roma não apenas como uma paisagem de beleza e encantamentos naturais, históricos e arquitetônicos. A câmera registra tudo isso emoldurado pela cultura e o modo de vida local. No filme, o simples ato de ensinar um endereço à recém-casada perdida na cidade revela um pouco do cotidiano de uma população que se movimenta num trânsito que tem muita singularidade urbana no modo de dirigir. E Allen não deixa isso de fora do filme. 


A produção recente de Woody Allen está no processo de consolidação de uma cartografia afetiva pelas cidades da Europa. Após esquadrinhar o território de Nova York por vários anos, com a sutileza do olhar de quem a ele pertence, Allen faz agora a construção de um certo atlas cinematográfico. Depois de filmar “Match Point”, em Londres, “Vick Cristina Barcelona”, "Meia Noite em Paris” e agora “Para Roma com Amor”, ao sair do cinema uma pergunta se impõe. Qual será o próximo destino?



Texto: Alberto Freire é jornalista e doutor em cultura e sociedade (Ufba)
Imagens: IMDb.com

29 de abr. de 2012

Cinematografando a dança com Pina


Esta crítica foi enviada para mim por Nelson Doy on time, ou seja, enquanto o filme ainda estava em cartaz. Mas, por vários motivos, acebei não publicando. Desculpa aí, Nelsão, e desculpa aí amigos do Lado B.

"Pina, de Win Wenders (2011). Nunca entendi muito a dança contemporânea, mas Pina Bausch em pessoa me explica que a dança começa exatamente aí mesmo, onde terminam as palavras, ou a possibilidade das palavras. Palavras evocam coisas, mas quando se entra no campo onde as palavras não alcançam, não existem mais coisas nítidas e bem definidas: existe apenas uma vaga noção de sentimentos, emoções e pensamentos.


A partir daí você deixa de questionar os movimentos corporais e passa a apreciar apenas o efeito visual desses movimentos, deixa de pensar ou raciocinar e aí começa a fruição da dança contemporânea. E numa próxima etapa, começa a perceber sensações exprimidas pelos movimentos. O trabalho de Pina demonstrado no filme impressiona pelos dois lados: a vivacidade rítmica, rica, criativa, intensa, mas meramente visual, e as recorrentes sensações de angústia e vazio.

Essas sensações estariam relacionadas com o objeto central da alma humana, segundo Pina, que é a eterna busca, o desejo. Objetivos que movem o ser humano nada mais são que uma camuflagem para justificar e direcionar um insaciável estado de desejo, profundo e permanente, que provém do vazio e resulta em eterna angústia.


O filme deveria ser um documentário sobre o trabalho da aclamada e revolucionária coreógrafa Phillipine Bausch, a Pina, mas com sua morte repentina em 2009, aos precoces 68 anos, se tornou um tributo.


Dirigida por outro aclamado alemão, Wim Wenders, o filme intercala o registro de algumas importantes coreografias, com depoimentos e comentários dos integrantes da sua companhia, o Tanztheater Wuppertal. A cada depoimento, segue se uma coreografia criada pelo depoente especialmente para o filme, executada em espaços públicos de Wuppertal, cidade sede da companhia. As coreografias expressam a individualidade dos integrantes de maneira mágica, com um encanto fascinante que não cansa e surpreende a cada novo. Assim descobrimos um dos segredos de seu sucesso: cada integrante da companhia tem um potencial criativo e técnico magnífico, o que estimulava Pina a criar e produzir em conjunto com eles.



Os depoimentos são falados na língua natal de cada um. Há de todas as nacionalidades, com destaque para espanhóis, italianos, alemães, sim, mas ainda japoneses, chineses e uma brasileira, entre outros. Descobrimos para surpresa que muitos chegaram tímidos. Pessoas retraídas, incapazes de falar, mas que na dança cresceram e se expandiram de forma intensa e gigantesca. Compreende-se ainda mais da forma de trabalho de Pina, na maioria das vezes absolutamente lacônica, mas sempre estimulante. Lua, pediu ela a um candidato, e lua ele dançou. Não era a figuração da lua obviamente, mas o sentimento de lua que deveria dançar.


O efeito tridimensional poderia ser dispensado na maioria das cenas, mas é inquestionável que em muitas delas traz mais vida. E vida, a intensidade da vida, é justamente a essência do filme. Filmado a dez metros de distância, vemos a expressão da dança no corpo de bailarinos. Filmado a dois metros de distância, vemos a expressão da dança fluindo pelo corpo de cada bailarino. E filmado a vinte centímetros de distância, vemos a expressão da dança fluindo pela boca, olhos, testa e dentes do bailarino. 





 Compreende-se finalmente que a dança ocorre na alma daquela pessoa. Não é possível a dança sem antes a encarnação do sentimento. Pina relata sobre Café Müller, onde a coreografia é toda executada de olhos fechados. Mesmo de olhos fechados, somente dirigir o olhar cego para baixo ou para cima, por exemplo, no momento adequado, atingia a sensação interna correta para o correto bailar externo.


Com a ausência de Pina no Tanztheater, o filme serve muito como uma peça de divulgação. Uma companhia de altíssima qualidade e com até 20 anos de casa, está órfã, em busca de um novo diretor. Não chega a ser especialmente citado Agua, seu último grande trabalho, totalmente inspirado na sua passagem pelo Brasil, mas Caetano Veloso, seu interlocutor no país está lá na forma de Leãozinho, coreografado por um dos principais bailarinos do corpo.

São duas horas de filme que passam com uma leveza supreendente. A pungência bauschiana é pesada, densa, expressionistamente alemã. Mas o entremeio com esquetes dos bailarinos, tão lúdicas, são brincadeiras de criança executadas com um virtuosismo de precisão alemã, sobre uma variedade de músicas, da MPB até temas eletrônicos. Logo na primeira cena você diz: ih, é dança contemporânea. Mas ao final, sai sabendo apreciar um pouco mais o gênero. Uma verdadeira aula. Com Pina Bausch."


Texto: Nelson Doy, eleito por mim como crítico de cinema oficial deste blog, um paulista-carioca-já-abaianado retado!

Imagens: www.imdb.com


 

11 de abr. de 2012

BBB não é o que você está pensando


Houve um tempo em que, na linguagem popular, BBB era bom, bonito e barato; sinônimo de algo realmente positivo. Hoje, é lamentável a conotação que essas três letrinhas juntas ganharam. Mas peço que se remetam à emoção do passado. Não era legal demais encontrar coisas boas, bonitas e baratas? Pois o complexo do Teatro Castro Alves está repleto de ótimas opções assim: de 1 a 10 reais. Como estou meio corrida, transpus os textos do site do TCA. O destaque fica por conta do projeto Domingo no TCA, com o balé residente em uma peça inspirada no amor da minha vida, Shakespeare, e uma peça do russo Anton Tchékhov.


Abril é o mês internacional da dança e o Balé Teatro Castro Alves (BTCA), sob a direção artística de Jorge Vermelho, é a atração do projeto Domingo no TCA com sua mais nova montagem, o espetáculo “Essa Tempestade”, sucesso de público e de crítica no importante Festival Europalia, realizado na Bélgica em dezembro passado. A apresentação será no próximo dia 15, na Sala Principal do TCA, às 11 horas, com ingressos a R$ 1,00 (inteira), vendidos no mesmo dia a partir das 9 horas, com acesso imediato do público.

Criada pelo coreógrafo cearense Claudio Bernardo, livremente inspirada na peça “A Tempestade”, de William Shakespeare (1564-1616), “Essa Tempestade” é uma coprodução internacional do Ministério da Cultura/Funarte, Governo da Bahia (Secretaria de Cultura, Funceb e TCA), As Palavras – Cie Claudio Bernardo, Festival Europalia, Governo da Bélgica e Comunidade Francesa da Bélgica. Além da concepção e coreografia, Cláudio Bernardo também assina o figurino e a cenografia.


ÓPERA POPULAR - O original “A Tempestade” (1611) conta a história de um homem que vive exilado numa ilha e, com a ajuda de seus livros mágicos, naufraga uma embarcação invocando uma grande tormenta. Esse naufrágio conduzirá a uma transformação humana libertária, tanto nestes náufragos quanto nos habitantes da ilha. O coreógrafo explica: “Faço um link dessa ilha com uma fábula da descoberta e da colonização do Brasil. Para mim, ‘Essa Tempestade’ é uma espécie de ópera popular, com um conteúdo barroco que eu aprecio muito. Não quero que o público veja Shakespeare, mas veja a sua essência”. No palco, 25 bailarinos com uma surpreendente performance dramática que une a dança contemporânea a um trabalho vocal, com coro, vozes e sons.

NA SALA DO CORO

Quixabeira - Sambas-de-roda, chulas, samba martelo, batuques, reisados e cantigas de roda são os ingredientes que compõem a diversidade musical do sertão baiano, representados pelo Grupo Quixabeira de Lagoa da Camisa. Reunidos desde 1991, passam para os mais jovens a continuidade das suas manifestações culturais como forma de transmissão e preservação da sua cultura. Fotos: Vantoen Pereira Jr.

Data: 16/04/2012
Horário: 20:00
Valor: R$ 8,00 (inteira)

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O canto do cisne - Do autor russo Anton Tchékhov, a peça se propõe a levantar questionamentos sobre o fazer teatral, mostrando a relação do ator com a sociedade. É a história de um velho ator, que ao perceber que foi esquecido no camarim, faz um balanço da sua vida e expõe suas visões acerca da sua profissão, e de como a sociedade enxerga o profissional da arte. Direção de Bruno Bozetti,com Inaldo Santana e Rai Alves.

De quinta a domingo, às 20 horas.
Data: 19/04/2012 a 29/04/2012
Horário: 20:00
Valor: R$ 10,00 (inteira)

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Vandex na Sala do Coro - Experiente cantor e compositor, foi baixista da lendária Úteros em Fúria nos anos 90, influência para artistas como a cantora Pitty, que gravou uma de suas composições no seu DVD de estreia. Vandex é romantismo cafona, catarses percussivas, bossas tortas, acid boleros e muito, muito rock sem firula. Fotos: Sora Maia.
Data: 23/04/2012
Horário: 20:00
Valor: R$ 8,00 (inteira) Vendas 2 hroas antes do espetáculo

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Pedro de Rosa Morais - Cantor e ator, atua na cena baiana desde os 20 anos. Dedicou-se ao show solo As rosas não falam - 100 anos de Cartola, em homenagem ao centenário do artista carioca. Em seu novo trabalho, De Bossas e Sambas, apresenta um projeto autoral revelando as influências desses estilos em novos compositores. Fotos: Rogério Cunha.

Data: 30/04/2012
Horário: 20:00
Valor: R$ 8,00 (inteira) Vendas 2 horas antes do show



Textos: site do TCA
Demais fotos: site do TCA