Essa a minha estreia no Cinematrografando, pois Nelson Doy é o titular da cadeira. Mas devo alertá-los que minha abordagem nesse texto vai por outra linha. Sou mais de transcender o cinema, de usá-lo como suporte para reflexões, do que falar propriamente da Sétima Arte em seus aspectos técnicos, o que é feito com maestria pelo meu amigo. Esse é da série Rebobinando, pra ver em casa, no sofazão, com uma boa companhia e poder trocar ideias no final.
"As Cinco Pessoas que Você Encontra no Céu conta a história de Eddie, o mecânico de um parque de diversões que morre no dia de seu aniversário de 83 anos, tentando salvar a vida de uma garotinha. Imerso numa rotina de trabalho e solidão, ele passou a vida se considerando um fracassado. Ao acordar no céu, encontra cinco pessoas - algumas conhecidas, outras que ele nunca viu. Cada uma dessas pessoas revê com Eddie uma passagem de sua vida, resolvendo antigos mistérios, dissolvendo antigas mágoas, revivendo antigos amores. A cada experiência, fica mais clara a grande importância dele na vida de milhares de pessoas sem que se desse conta, provando que cada vida está ligada a outra de formas que, muitas vezes, não entendemos."
Esse recorte de sinopses "oficiais" do filme apenas atraem um pouco a atenção de uma possível audiência, embora não atraia multidões. Mas multidões poderiam ver (e provavelmente se sentirem empáticas com) essa obra, baseada no livro homônimo de Mitch Albom, um escritor de best sellers que foi responsável também pelo roteiro desse filme de 2004, produzido para TV.
É lógico que há verdadeiras obras de arte sobre o ato de viver e tudo que o justifica, com citações filosóficas em grande número e da mais alta qualidade. Mas nunca encontrei um filme tão claro sobre o tema; tão simples, que mesmo as pessoas que não costumam se aprofundar nessas questões existenciais podem perfeitamente fluí-lo. É um filme tecnicamente muito bem construído, mas, como eu disse, não quero entrar nessa seara. Mas posso garantir que tem aí um espetáculo a ser visto.
Quem me conhece bastante, sabe o quando temas existenciais são item 1 da minha lista de prioridades. Por isso, já tive oportunidade de ler e assistir obras das mais populares às mais complexas que abordem os segredos da vida. Entretanto As Cinco pessoas... passou, desde ontem, a ter uma cadeira cativa nos meus estudos vida à fora. Especialmente no meu atual momento, em que estou na berlinda em várias instâncias de minha vida, essa obra veio a calhar.
Sabe quando você está diante de alguém ou situação que lhe diz tudo que você precisa para seguir em frente? Eis o efeito que esse filme teve sobre mim. Ah, ele também ensina sobre isso: o saber ouvir e/ou ver o que está diante de nós com o coração aberto para o aprendizado e entender que aquilo que é, para nós, o óbvio, nem sempre é o que parece. Pode ser algo muito distante do que a nossa restrita visão de mundo se acostumou a enxergar.
Generosidade, cumplicidade, perdão, misericórdia, amor, confiança, resignação, compartilhamento, compreensão, gratidão... Esses são alguns dos nobres sentimentos colocados em pauta na película. Resumindo: assistam, porque nada do que eu diga será suficiente para dar conta da riqueza dessa obra. Podem dar uma olhadinha no trailer legendado no Youtube.
Fotos: IMDB.com
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