Crédito desta foto: eu mesma inspiradíssima...

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20 de dez. de 2009

Animação da Pixar emociona*





Apesar do arrasador desempenho nas bilheterias norte-americanas, uma das obras-primas da Pixar, WALL-E, foi um retumbante fracasso no Brasil, ficando bem atrás das animações da concorrente Dreamworks. O Oscar de Animação concedido em 2009 clama por revisão. E vale a pena, mesmo em DVD.

WALL-E é provavelmente o último vestígio de vida inteligente numa Terra devastada. Mas WALL-E não é uma criatura orgânica. É um pequeno robô que passa seus séculos cumprindo religiosamente a função à qual foi destinado: empilhar fardos de lixo num infindável aterro no qual se transformou o planeta e cuja diversão é coletar objetos curiosos e cuidar da sua baratinha de estimação.

Até que um dia, uma nave pousa e deixa EVE, um robô-sonda altamente avançado, objetivo e com impressionante capacidade destrutiva (não se tem dúvida que é umA robô...). A partir daí começa uma inesperada aventura romântica de fundo ecológico. EVE, descobrimos, é a pomba de Noé, que até hoje é retratada com um ramo no bico como símbolo da esperança e paz.

São praticamente dois filmes. A primeira metade - que mostra a solidão de WALL-E e seus primeiros contatos com EVE - é totalmente muda e de um lirismo muito comovente. Quem mais hoje em dia é capaz de arrancar lágrimas de adultos com uma animação muda, senão a parceria Disney/Pixar? Comprova a máxima do cinema, que um bom roteiro não deve se apoiar no diálogo para se compreender a situação.




A segunda metade perde na poesia, mas ganha muito em ação e diversão. É uma sátira muito inventiva à letargia à qual o tecno-consumismo submete o norte-americano, mas que peca pela falta de objetividade. O roteiro tenta aqui, desajeitadamente, colocar seres humanos como protagonistas, quando a essência da história é o conflito entre robôs com "alma" e "coração" contra um sistema automatizado, desumano e autoritário.

Enfim, WALL-E é um dos melhores filmes de animação já feitos, combinando o melhor da poesia Disney com a técnica mais apurada em animação da Pixar. Obrigatório. Não é um filme de entressafra como me pareceu no lançamento (salvo pelo fato de não contar com a supervisão de história de Brad Bird, que trabalhou nos anteriores Os Incríveis e Ratatouille, e isso explica o roteiro "quase lá").

Mas a dica é assistir a primeira metade, que vai até a cena em que a nave parte levando EVE, e depois dar um "pause", reabastecer a pipoca, enxugar as lágrimas e se preparar para a segunda parte, que tem um ritmo completamente diferente. Casais apaixonados: é garantia de um bom fim de noite. Se a menina não se render a este, é porque nem coração de lata ela tem.



*Nelson Doy Jr. é publicitário e mora no Rio. Essa crítica é da série REBOBINANDO - filmes que ele não viu na época do lançamento e depois resolveu dar uma olhada em DVD. E isso é bem Lado B. "E me surpreendi... Tem muita gente que procura dicas de DVD. Principalmente este acho que vale, porque não chegou a explodir nas bilheterias aqui no Brasil, mas depois ganhou o Oscar!"



Foto: www.imdb.com

15 de dez. de 2009

Estreia do Cinematografando com Woody Allen*

Esse é o dèbut da nova seção do Lado B. Quando meus brilhantes amigos críticos de cinema (oficiais ou não) escreverem algo sobre uma obra da Sétima Arte, vão escrever para o Cinematografando. Bem, a palavra não é exatamente um neologismo porque, em tese, existe. Mas ousadamente criei um novo sentido para ela: algo como usar a linguagem escrita para abordar cinema. A primeira crítica é de um amigo para lá de querido (do qual eu sou fã de carterinha), Nelson Doy Jr. Ah, e podem cinematografar o texto dele com seus comentários, ok?




Tudo Pode Dar Certo (Whatever Works), de Woody Allen

Boris, um velho judeu separado, maníaco e rabugento, candidato frustrado ao Nobel de Física, tem sua vida metódica abalada quando aceita abrigar Evan Rachel Wood - como a dumb blond mais lindinha deste ano nos cinemas. Fugida de uma casa de protestantes radicais numa cidadezinha da tradicionalista Mississipi, Melodie (Evan Rachel) confessa seu amor pelo coroa, levando a uma série de acasos e reações que culminam no próprio... final do filme.

Allen mantém seu interesse sobre a transitoriedade das relações dentro desse enorme mar de acasos, sempre encafifado com a imprevisibilidade das paixões frente a qualquer tentativa lógica. Note-se que tem uma diferença monumental entre a humildade resignada do título original Whatever Works (qualquer coisa que funcione) e a otimista tradução Tudo Pode Dar Certo. Depois de muitos anos, aquela paixão inicial se resume a qualquer coisa que possa dar certo (para manter o relacionamento), ensina Boris.

Mais ou menos, o filme é o retorno anual de Allen ao seu público (e estilo de humor) originador, o judeu novaiorquino. Veio da Europa e fez um resumo do que viu na volta pra comunidade, sem faltar uma impagável malhação ao protestantismo. Muito de bem com a vida, sem compromissos. O aspecto de esquete caseiro é reforçado pelo estilo sitcômico do protagonista Larry David, que faz Curb Your Enthusiasm na TV, que fica flagrantemente deslocado no cinema.



*Nelson Doy Jr. é publicitário, mora no Rio, mas volta e meia curte o Lado B de Salvador, quase sempre ciceroneado por essa blogueira que vos fala.

Foto: www.imdb.com

18 de nov. de 2009

Abençoado seja o seu Jorge




Sair do trabalho com a turma numa sexta para saborear lambretas, caldos, kibes, bolinhos de bacalhau e uma cerveja - garantem meus amigos biriteiros de plantão - estupidamente gelada. Tudo isso regado a um papo animado, sem censura - especialmente com a resenha da semana. E tudo com muito entusiasmo, risos e gargalhadas.

Esse é resumo do que é um programa pra lá de autêntico e recomendadíssimo aqui no Lado B: happy hour no Bar Flamboyant, conhecido carinhosamente como bar do Seu Jorge, nome do proprietário. É uma grande pedida quando a ideia é por o papo em dia, especialmente se considerar os preços bastante em conta: uma caipirinha é R$ 3,50; caipiroska, a partir de 4,90; bolinho de bacalhau e similares, entre R$ 7 e R$ 8,90; porção de kibe ou camarão empanado (hummmmm...), R$ 10; a dúzia da lambreta, R$ 7,90.



Por se localizar dentro do condomínio Flamboyant, na Pituba, o acesso é restrito e a tranquilidade impera... Bem, só nas redondezas, porque bastou entrar no bar e a "bagunça" (no bom sentido) já começa. As conversas, em todas as mesas, costumam ser animadas, pois o tom é de total descontração.



Só tem um problema: um happy hour desses dos deuses é para poucos, pois a quantidade de mesas é pequena. Então, trate de chegar lá sempre às sextas, por volta das 19 horas, no máximo, ok?

11 de nov. de 2009

Música e outros bichos culturais

Lenine e as tartarugas - O cantor e compositor Lenine será a atração principal do show que comemora 30 anos do Projeto Tamar, nesta sexta-feira 13(adoro Friday 13th... não o filme, o dia mesmo), a partir das 18 horas. O virtuosíssimo Luiz Caldas também aporta pelas bandas de Praia do Forte para enriquecer a programação. É tudo free. Após o show, uma tartaruga de 150 kg, que foi tratada na base do Tamar, será devolvida ao mar. O gesto é simbólico, mas a marca é incrivelmente representativa: até março, serão 10 milhões de filhotes soltos no mar. Há 28 anos, o Tamar é patrocinado pela Petrobras. Amo muito tudo isso!

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Mestiçagem musical - Se os baianos já fazem sucesso pelo mundo a fora há muito tempo, a Bahia está realmente entrando na rota cultural obrigatória do planeta agora. Mais um evento de qualidade para nossa coleção. A primeira edição do Festival de Música Mestiça, que acontece no Museu du Ritmo (Comércio), de 13 a 15 de novembro, sempre às 18 horas, é uma versão do Festival Musiques Métisses, que, há 34 anos, é realizado pelo produtor francês Christian Mousset. O foco do evento é a diáspora negra e a produção musical africana contemporânea. A mestiçagem se torna visível nas apresentações, que são sempre aos pares. Os artistas locais são os convidados dos artistas estrangeiros, quase todos de língua francesa. Ingressos: R$ 10 (inteira).

Além dos shows, acontecem workshps no Studio Ilha dos Sapos Candyall Gueto Square até sábbado e a Conferência da Sacem (Sociedade de Autores Compositores e Editores de Músicas), nesta sexta-feira, 13, às 10 horas, no Bahia Othon Palace Hotel. O evento faz parte do Ano da França no Brasil.

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O Mercado vem aí, lá, lá, lá... - Calma... o trocadilho com a música do Silvio Santos é brincadeirinha... rsrsr... Trata-se do mais esperado de todos: o Mercado Cultural, por conta de volume, qualidade e intensidade da programação (confesso meu vício de linguagem, tenho um irmão que é físico, ok? rsrsr...). Fiquem atentos porque, em Salvador serão dois períodos, 26 a 28 de novembro e 3 a 6 de dezembro. Música, teatro, dança, wokshops, conferências entre outras tantas linguagens e formas de troca deixam qualquer um perdido na hora de escolher o que vai participar. Blogando o site do evento:



"... Passagem... Com este tema, o IX Mercado Cultural se envereda pelos caminhos do interior da Bahia, contemplando cidades do Médio Rio de Contas. No percurso desenvolvido na região, com destaque aos processos que incluem jovens e crianças, tem sido surpreendente o encontro com manifestações populares, como reisados, sambas de roda, bumbas-meu-boi, entre várias outras. Desde então, o desejo de fomentar o intercâmbio entre a produção cultural mundial e os movimentos culturais locais foi se estabelecendo.

O tema ...Passagem... provoca uma abertura do entendimento sobre os processos identitários de uma região, promovendo a noção de que é preciso considerar não apenas o impacto das raízes históricas, mas também as formas de leitura e re-uso que o presente desencadeia em relação às heranças. Assim, o IX Mercado Cultural está pautado na convicção de que é preciso estar aberto para valorizar o esforço coletivo popular e suas tradições, mas de que também é necessário reconhecer a eficácia de padrões culturais inovadores.



Deste modo, buscamos valorizar a percepção de que os textos identitários que atravessam nossos corpos e mentes produzem significações ao longo das interações com outras pessoas, grupos e sociedades, não podendo ser fixados em apenas um eixo, mas ganhando sentido justamente na passagem de um eixo a outro. Este é um momento de conexão de ideias e intercâmbios artísticos, de estabelecer pontes entre tradições e inovações, entre o local e o global, constituindo um espaço agregador, dialogante, polemizador e estimulante."

Lindo, não é? Preciso lhe dizer que você não pode perder essa?




Imagens extraídas dos sites do eventos

8 de nov. de 2009

Pílulas de arte e filosofia




Pérolas Imperfeitas - do fotógrafo David Glat. Essa foi indicada por uma atenadíssima amiga relações públicas, Laila. Blogando site do MAM "Imagens com movimento, opulência das formas, efeitos ilusionistas, predomínio das curvas e do retorcido. É com essa abordagem visual que David Glat apresenta as 10 fotografias em grandes dimensões da exposição Pérolas Imperfeitas, de 10 de novembro a 09 de dezembro, na Galeria Subsolo, do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). Como atividade educativa dentro do projeto Inter.Mediações, o público terá uma visita mediada com o artista, no dia 19 de novembro, às 16h. A abertura acontece no dia 9 de novembro, às 19h, entrada franca."

Quem não viu a exposição de Sophie Calle, aproveita para visitá-la também, pois encerra-se no dia 22 de novembro.

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MAM para pimpolhos - Todo domingo à tarde, as crianças podem participar do Pinte no MAM, evento de pintura livre coordenado pelo artista plástico Maninho. O projeto busca incentivar, de forma lúdica, o encontro do público infantil com o universo das artes. Todos os domingos, no Pátio das Mangueiras do MAM, das 16h às 18h. Entrada gratuita. Informações: 3117–6065 no site do MAM.
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Semana da Filosofia - Para quem acha que filosofia é coisa ultrapassada, é bom correr para pegar o bonde da história. Nos últimos anos, o filófoso canadense Lou Marinoff está mexendo com muita gente nas confortáveis cadeiras, cátedras, sofás, divãs e outros objetos "sentáveis". Sua obra mais famosa "Mais Platão, menos Prozac" defende que o ser humano pode vivenciar e superar a maior parte de seus problemas psicológicos com filosofia - ao invés de medicamentos - como sempre ocorreu há milhares de anos na história. (veja entrevista da revista Época)

Em comemoração ao Dia mundial da Filosofia*, a Associação Cultural Nova Acrópole promove o evento Semana da Filosofia com palestras, apresentações de dança ou teatro, decoração e culinária ligadas às tradições filosóficas que originaram o pensamento do Ocidente. Como o site deles é meio confuso, o melhor é dizer a programação aqui e vocês tirarem as dúvidas por fone ou e-mail(3354-4878/ 8785-1312 ou salvador@nova-acropole.org.br). Fica na Alameda Florença, nº 108, Pq. Júlio César, Pituba. Informe-se também sobre a programação gratuita permanente.

19/11 (19h30) - Grécia
20/11 (19h30) - Roma
21/11 (17h) - Incas
22/11 (17h) - Filosofia no mundo atual




* O Dia Mundial da Filosofia, 21 de Novembro, foi instituído pela Unesco. A proposta é de mostrar que a Filosofia (palavra do grego que significa amor pela sabedoria) é uma atividade que deve e pode ser praticada por todos, independente de classe social, credo, grau de informação, pois é essencial à manutenção da vida e da cidadania.

1 de nov. de 2009

Lado B em pílulas


Como já mencionei algumas vezes nesse blog, a programação Lado B da cidade está cada vez mais intensa e numerosa por conta do clima de verão. Como não tenho esse pique todo de comparecer a tudo para dar detalhes sobre cada programa, decidi, sempre que necessário, escrever o Pílulas B: trata-se de pequenos textos (outros nem tanto...) sobre cada programa num só post, lembrando os velhos tempos de jornal de grande circulação - tenho saudade, sim, mas adoro minha liberdade atual.



Mostra 50 Anos de Cinema da África Francófona - Serão exibidos 50 filmes, entre os quais obras-primas do cinema negro-africano inéditas no Brasil. Durante a mostra serão oferecidas duas lições de cinema, com Med Hondo, um dos pioneiros do cinema africano, e Samba Félix Ndiaye, o maior documentarista do continente, e uma mesa redonda, com as participações de Catherine Ruelle, Mahomed Bamba, Samba Félix Ndiaye e Med Hondo. Até 04/11, na sala Walter da Silveira, no cine-teatro Molière da Aliança Francesa e na sala de cinema do MAM. Entrada gratuita. (fonte: www.plugcultura.wordpress.com)

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Orquestras no Pelô - O local não é minha praia, mas a programação é de alto nível. Para quem já frequenta o Pelô, vale a pena prestigiar o esforço dos poderes públicos de revitalizar a região - mas tenho que fazer a minha ressalva e protesto: revitalização não passa apenas por agir para inglês ver (segurança em locais específicos e restritos e uma bela programação cultural gratuita ou muito barata). Não se pode tratar somente da fachada e achar que está tudo resolvido como senhor ACM fez e enganou direitinho meio mundo.

Revitalizar uma localidade passa por acolher as populações locais, tirando-as da margem, dando-lhes educação, formação profissional e, acima de tudo, perspectiva de vida. O que se vê no Pelourinho é uma ilha de tradição da baianidade cercada de violência, miséria e abandono por todos os lados. Não dá pra ir lá sem carro. E, mesmo assim, a segurança nos estacionamentos é sofrível. Parece que tudo é adequado ao modus operandi do turista que, geralmente, está de táxi.

O que fazer? Colocar mais policiamento? É óbvio que não resolve, pois os policiais apenas servem de muros entre a população feliz-visitante e a população miserável-local. O atual governo - pelo qual não tenho muita simpatia, mas temos que ser justos - está fazendo um esforço legítimo. Espero que o esforço se transforme em atos reais (saiba mais sobre o Plano de Reabilitação www.pelourinho.ba.gov.br/plano-de-reabilitacao).



Blogando o site do Pelourinho: "Para quem acha orquestra uma coisa ultrapassada ou erudita demais, o Programa Pelourinho Cultural, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, preparou uma agenda que vai desbancar qualquer preconceito. Com releituras contemporâneas das formatações originais, orquestras modernas foram escolhidas a dedo para agitar a programação do Pelô em novembro." Fonte do texto e da foto (Sora Maia): www.pelourinho.ba.gov.br/2009/10/27/orquestras-no-pelo.html

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Le Dantec e cinemas Unibanco - Não é barato, mas é genial. Um dos mais prestigiados chefs de cozinha de Salvador, o francês Marc Le Dantec - escolhido por quatro vezes como o melhor Chef pela publicação Veja Salvador - abriu o seu novo restaurante Poesia Marc Le Dantec - French Brazilian Cuisine no terraço do Espaço de Cinema Unibanco, na Praça Castro Alves. Conclusão: será possível assistir às interessantíssimas mostras cinematográficas e comer algo de alta qualidade e requinte de frente para a Baía de Todos os Santos com um por do sol incrível. A praça Castro Alves é dos cinéfilos! De terça a sexta, das 12h às 23h40, sábado, das 16h a 23h40, domingo e segunda, das 13h a 21h. Fone: 3331-3854.

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Rodas de Música com Soraya Aboim - A cantora recebe para happy hour, às sextas-feiras, convidados como: Mário Ulhoa, Will Carvalho, Júlio Caldas, A Volante do Sargento Bezerra, Noeme Bastos, entre outros. No Espaço - 1º andar (R. Ilhéus, 258, Rio Vermelho), 13 e 20 de novembro, 4, 11 e 18 de dezembro, às 19 horas. Couvert: R$ 10. Info: 9929-1771/ 3334-4459.

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Lado B para pimpolhos - a pedido de minha amiga Marilda Ferri que tem uma pequena e linda filha, mas sente saudade de um bom programa fora do aconchegante lar, vai a dica da publicitária e queridíssima Renata Habib - mãe de um casal de pimpolhos: http://pequenopolis.wordpress.com/ . Esse site já está como link preferido do Lado B.

28 de out. de 2009

Sesi, sempre o Sesi



O teatro do Sesi é um espaço pra lá de democrático. E aí está a sua riqueza que, na minha humilde opinão, deve ser valorizada e prestigiada por todos nós. Apostando em novos talentos (ou talentos fora do circuito), tal como o Sesi, recebemos uma contribuição do músico e médico Cléber Gonçalves sobre o espetáculo "Uma questão de fuso". Replicamos aqui o recado dele (engajadíssimo) para a soterópolis (e para nós do Lado B):

"A cada dia fica mais difícil montar uma apresentação musical em Salvador, pois há muito menos espaços abertos a 'espetáculos pequenos' e o custo de cada apresentação (aluguel do local, iluminação, técnico de som, os músicos, estúdio para ensaio etc.) torna quase inviável qualquer projeto que não tenha patrocínio. E patrocínio, então... só pra quem tem nome e público.

Reclamar que não há nada de diferente em Salvador e não fazer nada pra mudar isso, não adianta. Se você sente falta de algo novo, prestigie quem está tentando mudar isso e ajude a mudar também.

O show é feito pensando no público, no entretenimento, na arte; sem platéia, tudo fica sem sentido. Neste show, especificamente, somos dois cantores, uma banda fantástica e um repertório todo montado sobre temas que falem sobre a noite: lugares, situações, personagens que remetam a este universo. Você vai poder ouvir diversos compositores em versões renovadas, ritmos e estilos variados, todos com um toque de modernidade.

Quem viu, gostou. E muitos têm voltado. Apareça e dê a sua opinião.
Vamos fazer algo pela arte e cultura daqui. Vamos melhorar, juntos, o cenário musical de Salvador. Basta um pequeno gesto: vá ao show!"

Também no Teatro do Sesi, no dia 6 de novembro, a banda Cais e Sais enriquece a cena cultural com poesia e ritmo. Do blog da banda:

"Cais é plural de cal que significa vida... O cal que constrói e equilibra o sal que amortece e desafina . 'são formas com que lidamos nas nossas inquietudes na prática e na vivência, nas nossas experiências'. Também é resultado de combinações de sentimentos pueril e maduro no mesmo som, tempo e lugar. Cais e Sais é um corpo repleto de alma, é arte."



Olha, vejam só! E é sexta-feira - como diz uma velha amiga, dia das possibilidades. É dia de happy hour na soterópolis. É de ver um show no teatro e esticar na Varanda para confraternizar e trocar impressões com os amigos. É dia também para homenagearmos a queridíssima-carioquíssima Carla Regina, que está voltando pra sua terra e nos deixando (por enquanto) já com saudade do seu sorriso largo e constante; da sua simpatia e transparência tão delicadas. Uma pessoa que é pura poesia na forma de viver e que, portanto, tem tudo a ver com esse cenário. Uma pessoa repleta de "possibiliartes" (www.possibiliartes.blogspot.com).

26 de out. de 2009

Camarão bem escondidinho*


Em uma missão exploratória pelas bandas da Avenida São Rafael (meu novo perímetro desde março deste ano), achei um lugar fantástico para quem, como eu, é fanático por camarão. O lugar é meio escondido, fica dentro do condomínio Morada do Campo, logo depois da Chesf, se você vem do viaduto Dona Canô. Chama-se Ki Camarão, nome bem óbvio quando você começa a ler o cardápio.



Trata-se de um box bem incrementado, com muitas mesas em um espaço coberto. Já tinha ouvido falar do lugar e o fato dele estar na lista do último Festival Comida Di Buteco aguçou a minha curiosidade. Já simpatizei com lugar por conta de algo simples e funcional: num pedaço de papel escrito à mão, colado em baixo do plástico que cobria a mesa, o nome do garçom responsável por nos atender. Quer coisa mais antipática do que você ficar chamando o garçom, sem saber o nome do cara?


O cardápio tem de tudo: petiscos, refeições mais compostas, bebidas variadas. Fui com o meu “namorido” e fizemos o primeiro teste de qualidade: pedimos uma cerveja e estava no ponto. Como não estávamos com tanta fome, priorizamos os petiscos. O de maior saída, pela rapidez e pelo preço, é o camarão frito ao alho e óleo (21 camarões pistolinhas por R$ 9,90). Mas percebi pelo movimento do bar que a muqueca de camarão tem bastante saída.


Claro, pedimos a vedete do bar, o Escondidinho de Camarão, prato concorrente no Festival Comida Di Buteco. Apesar de não ter ganhado o festival, o prato merece respeito. É uma iguaria simples, nada inovadora e não possui acompanhamentos: só os camarões cobertos com o pirão de aipim. Para quem gosta de incrementar, vale pedir uma porção extra de salada vinagrete para acompanhar. Gostei muito. O preço também vale à pena: R$ 19,90. Trata-se de um petisco, perfeito para beliscar com uma cervejinha/roska/refrigerante/suco, ou o que der na telha, bem gelado.


* Texto e experiência da antenadíssima jornalista Amanda Veloso.

Fotos: www.sxc.hu

17 de out. de 2009

Pára tudo: venda de ingressos do Fiac a partir de amanhã






Gente, corra antes que acabe! (não é performance, estou falando sério)

Vocês já podem comprar amanhã (18 de outubro) os ingressos para o Festival Internacional de Artes Cênicas. Blogando o site do evento: http://www.fiacbahia.com/

"De 18 a 21 de outubro, os ingressos para o Fiac-BA serão vendidos a preços promocionais de R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia), exclusivamente na Bilheteria do Teatro Castro Alves. A partir do dia 22 de outubro e durante o Festival (23 a 31 de outubro) o valor de qualquer ingresso será de R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). Meia entrada valerá também para clientes da CAIXA e para quem apresentar o Cartão Petrobras na compra de até 2 ingressos de cada apresentação.


Até 30 de outubro, o TCA venderá ingressos para todos os espetáculos - até o dia anterior de cada apresentação. No dia da apresentação, a venda de ingressos se dará exclusivamente no local da sessão de cada espetáculo. A bilheteria do Teatro Castro Alves funciona das 12h às 18h."

Ah, olhem o site como está uma gracinha. Colegas comunicólogos: as fotos estão ma-vi-lho-sas!

16 de out. de 2009

Cal Ribeiro no Sesi é tudo de bom




Eis que estou aqui de novo a falar desse lugar que eu amo e que tenho mil motivos para amar (veja post "Um teatro encantado debruçado sobre o mar", do dia 17/05/2009). E parece que o amor é recíproco, porque o Teatro do Sesi continua a abrigar espetáculos e projetos fantásticos, do mais alto nível. Parece que esse teatro quer que eu viva por lá pelas suas bandas o tempo inteiro.

Dessa vez a recomendação é mais que especial: Cal Ribeiro - visceral e arrebatador Cal Ribeiro, cantor e compositor da banda Cais e Sais, produzida pelo meu queridíssimo e amado, salve, salve, Roquinho Siqueira. Anote aí, nos dias 24, 25 e 29 de outubro, junto com Carcará, ele aporta às 20 horas nesse encantador teatro debruçado sobre o mar e você não pode perder essa mesmo.

Não sabemos o roteiro do show. Mas garanto que será uma boa pedida, como sempre.

Citando o blog da banda em que Cal é um dos líderes http://bandacaisesais.blogspot.com:

- Cais é plural de cal que significa vida... O cal que constrói e equilibra o sal que amortece e desafina . “são formas com que lidamos nas nossas inquietudes na prática e na vivência, nas nossas experiências” . Também é resultado de combinações de sentimentos pueril e maduro no mesmo som, tempo e lugar. Cais e Sais é um corpo repleto de alma, é arte.

Poesia pura e aplicada, não é?

Noutro dia, fiz um comentário no blog da banda e repito aqui:

Como não se encantar com uma poesia e uma musicalidade dessas, com tamanha profundidade? A mim, sinto que a Cais e Sais transmite seus sentidos e sentimentos direto na alma como se não tocasse no meu exterior. É uma conexão imediata. É visceral demais pra ser uma simples banda. A arte musical é, pra mim, uma importante ferramenta de crescimento espiritual e a Cais e Sais já se tornou um dos meus grandes parceiros nesse crescimento.
E tudo isso que disse se aplica ao meu mestre Roquinho, com quem tenho a honra de lidar todos dias e com quem aprendo a cada segundo.

Cais e Sais, obrigada por vocês existirem!



p.s.: o esquenta ou a resenha do show com os amigos na Varanda do Sesi é outro programa imperdível!







AVISO - Mudança na estrutura do blog:
Como está quase impossível postar apenas uma vez por semana, dado o grande número de eventos na cidade, decidi criar a seção Post it para servir de lembrete e vocês não ficarem mais perdidos que cego em tiroteio. Cada item traz a data do(s) post(s) em que a dica foi detalhada.

12 de out. de 2009

Cinema e teatro em festivais internacionais





Aberta temporada de caça aos festivais. Falo dessa forma porque, infelizmente, Salvador é mal servida de divulgação a respeito de programas de qualidade e temos que fazer verdadeiras investigações para encontrar informações - e foi justamente por isso que criei esse blog (pelo menos meus amigos ficam bem informados). Um grande festival está acontecendo. Veja em www.saladearte.art.br/festival:



"A 6ª Edição do Festival Internacional Cinema de Salvador, promovido pelo Grupo Saladearte com patrocínio da Vivo, este ano tem como mote Vivo Lab: Cinema e Mídias Móveis. De 9 a 22 de outubro de 2009, a programação ocupa cinco espaços do Circuito –Cinema do Museu, Cinema da UFBA, Cine ViVO, Cinema do MAM e Cine XIV – com exibições de novos filmes, oficinas, mesas-redondas e sessões especiais.



O Festival Internacional Cinema de Salvador ocorre anualmente, trazendo ao público baiano um vasto painel do cinema feito hoje no mundo, sem perder de vista a cinematografia nacional. Este ano, o Festival traz cerca de 70 filmes, divididos em mostras temáticas, com produções de mais de 15 países. Entre diferentes estilos, gêneros, origens, produções independentes premiadas em festivais nacionais e internacionais, que têm em comum o traço autoral e a exploração das possibilidades poéticas da linguagem cinematográfica.

O Festival Internacional Cinema de Salvador conta com o patrocínio da Vivo, Governo do Estado através do Fazcultura e apoio cultural do Banco do Nordeste, Shopping Iguatemi, UniJorge."



Outro festival que está na sua segunda edição - mas que já nasceu em 2008 com maturidade, profissionalismo, brilho e grandiosidade de um festival tradicional - é o Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia. O site está ainda em construção (www.fiacbahia.com.br - ponha nos seus favoritos e consulte sempre), mas acredito que o evento deve ocorrer entre o final de outubro e início novembro no TCA(www.tca.ba.gov.br) e outros espaços da cidade.



Vocês devem estar se perguntando porque estou postando algo que ainda não tem data ou local confirmados. É que os ingressos devem ser, a exemplo da primeira edição, muuuuuuiiiito baratos (R$ 10 e R$ 5), portanto acabam rapidinho. Em 2008, eu só consegui comprar para cinco espetáculos.

Em 2008, o Fiac teve patrocínio da Petrobras, Caixa Econômica Federal e governos federal e estadual, além de apoio ou copatrocínio de inúmeras empresas e instituições como Banco do Brasil, grupo A Tarde, Ufba, Irdeb, entre outras. Ai como fiquei feliz de ver quanto apoio importante tem esse evento que proporciona a Bahia o status que ela merece - temos uma das mais antigas faculdades de teatro do Brasil. Para vocês entenderem o quanto o evento vale a pena, reproduzo texto da primeira edição:




"Espetáculos internacionais, nacionais e baianos ocupando teatros, ruas e espaços alternativos em Salvador, Camaçari e Feira de Santana. Para todas as idades, a preços populares. Diversidade, experimentação e intercâmbio. Oito dias para fruir e refletir: palestras, oficinas, bate-papos, lançamento de livros."




Fotos: www.sxc.hu

6 de out. de 2009

Ó paí, ó!


Um feriadão merece uma programação mais extensa e requintada. Por isso resolvi reeditar esse post – alertada por uma pessoa muito antenada (e querida). “São dois pra lá, dois pra cá...”: dois programas de agito e dois programas light.

O light está por conta da exposição de Sophie Calle, no MAM junto com a peça “Uma vez mais, nada mais” – a comédia muda que vai dar o que falar... rsrsrs... muito bom esse slogan! O espetáculo fica em cartaz até 18 de outubro (portanto, corram!), na Sala do Coro do Teatro Castro Alves.

“Com direção de Hebe Alves, as atrizes Aicha Marques e Maria Menezes utilizam a linguagem do cinema mudo para contar histórias de amor. De um lado, um amor não correspondido, do outro lado, a expectativa da felicidade concretizada. Porém, como na realidade, nem tudo é o que parece. Nesta trama, mistério, suspense, ironia, sofrimento e o trágico-cômico se misturam à alegria e ao lirismo.” (www.tca.ba.gov.br).



E o programas para agito são o 1st. Northeast Meeting Couch Surfing e o blues do Groove Bar. E... Ó paí, ó! Continuo eu ainda na berlinda. Não sei pra que lado vou, pois a cidade já ganha contornos de verão com toda essa movimentação! Então, como bons frequentadores do Lado B, teremos que nos dividir neste fim de semana.

Vamos começar... do começo! O que é Couchsurfing? Trata-se de uma rede mundial - atualmente com representantes de mais de 65 mil cidades em 231 países - que visa fazer conexões entre viajantes e as comunidades locais que eles visitam. O slogan é "Participe na Criação de um Mundo Melhor, um Sofá de Cada Vez" (www.couchsurfing.org). A ideia é que pessoas de todo o mundo possam conhecer inúmeros lugares, com baixo custo, além de fazer amigos e trocar culturas, já que os membros apenas pedem ou oferecem um sofá em suas casas. Mais: é uma oportunidade de conhecer tais localidades pelo olhar de quem lá vive (sem os programas pasteurizados e, na maioria das vezes, caríssimos das agências de turismo).


Feitas as devidas apresentações, vem a recomendação. É possível conhecer essa turma super legal de perto e conferir a filosofia couchsurfer no 1st. Northeast Meeting, de 9 a 12 de outubro, que tem na sua programação, entre outras atrações interessantíssimas e baratas, o luau na Barraca Tô em Água, no sábado (R$ 10); CS Mix Cultural e Malabares Mágicos, na Praça Ana Lúcia Magalhães, fim de linha da Pituba (gratuito); e passeios a vários locais já conhecidos da baianada, mas que merecem ser revisitados. (http://csnordeste.blogspot.com/)

No Groove Bar, o destaque é do Clube do Blues. Confira divulgação da assessoria de imprensa da casa (www.marcatexto.com.br): "A partir do dia 1º de outubro, todas as quintas-feiras ganham ritmo próprio, embalado por gente que é referência no assunto. Completando o clima, o Groove Bar se prepara especialmente para receber os convidados, com mesas espalhadas pela pista disponíveis para reserva, cardápio diferenciado, carta de vinhos e formatação de toda uma atmosfera guiada pelo blues e suas irresistíveis características. No Clube do Blues, a casa abre as portas às 19 horas, com shows iniciados às 20 horas: tudo pelo mais agradável esquema de contemplação."



Veja programação abaixo e confira o site (www.groovebar.com.br) que é muito bem construído, embora com algumas falhas, e tem muita informação sobre o movimento groove (sonora, visual, histórica etc.) - bem ao gosto do Lado B. Ah, o valor do couvert artístico é muito bom também: R$ 10.




SERVIÇO:
O quê: Clube do Blues
Quem: Luiz Rocha e Banda
DJ Residente: Pinguim
Quando: 08/10/2009 (quinta-feira)
Horário: a casa abre às 19 horas e o show começa às 20 horas.
Onde: Groove Bar (Rua Marques de Leão, 351A – Barra. Telefone: 3267-5124)
Couvert artístico: R$ 10
Censura: 18 anos

Groove Bar em outubro:
08/10 (Quinta): Clube do Blues: Luiz Rocha e Banda
09/10 (Sexta): Enio e A Maloca + Maglore + Elipê
10/10 (Sábado): Marcelo Nova + DJ Bigbross
15/10 (Quinta): Clube do Blues: Eric Assmar Trio
16/10 (Sexta): Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta – temporada de lançamento do disco Frascos Comprimidos Compressas
17/10 (Sábado): Spectro em Tributo a Pink Floyd
22/10 (Quinta): Clube do Blues: Lia Chaves
23/10 (Sexta): Heaven to Hell, com The Morissettes (em Tributo a Alanis Morissette) e Stormbringer (em Tributo a Deep Purple)
24/10 (Sábado): Groove Apresenta: Maurício Baia + Vandex
29/10 (Quinta): Clube do Blues: Diego Andrade
30/10 (Sexta): Theatro de Séraphin e Banda de Rock Triste + DJ Bigbross
31/10 (Sábado): Halloween Groove: Pirigulino Babilake + DJ Bigbross

1 de out. de 2009

Corram: butecagem até domingo!




Corram, corram o festival Comida di Buteco - comemorando seus 10 anos, desde os seus primeiros passos iniciados em Beagá - termina no domingo. Tenho que me agendar para ir, pelo menos, para dois ou três (caso contrário, perco meu "cargo" de blogueira do Lado B, não é?). Saibam o que é no endereço do evento:


"O Comida di Buteco é um concurso de gastronomia típica de botecos, cuja proposta de resgatar a culinária de raiz e valorizar a tradição dos típicos botecos da cidade, ganhou de imediato a adesão popular e não demorou para se consolidar como o maior evento gastronômico de Belo Horizonte, firmando-se também como uma atração e referência turística da capital mineira.


O concurso despertou a curiosidade da mídia nacional e internacional, tendo sido notícia no The New York Times e no La Nacion, na Argentina. Como a cultura do boteco não é uma exclusividade de BH, o festival, sempre realizado pela CDB Produções, rompeu as fronteiras da Serra do Curral, e já fincou bandeira em várias cidades do interior mineiro e algumas das principais capitais do País, tais como: Rio de Janeiro/RJ , Salvador/BA e Goiânia/GO." (http://www.comidadibuteco.com.br/)




Além de muito bem organizado, o concurso tem a seu favor um site belíssimo. As ilustrações estão lindas, remetendo-nos à mineirice que tanto afaga meu coração. Transportei-me a outros tempos - os tempos em que os butecos foram criados, embora eu não tenha idade para isso - com esses simples e suaves traços.






Como a notícia é urgente e sai aqui com certo atraso, pedi a colaboração de eméritos butequeiros de Salvador city, todos jornalistas. Henrique Sousa indica o La Kantuta, no Caminho das Árvores, com suas salteñas bolivianas; e revela que quer experimentar a novidade frigideira vegetariana do Mocambinho bar, no Dois de Julho, Centro.




Segue a contribuição, ipsis literis, de Eden Nilo: "no Itiúba, no Cabula VI, tem o delicioso tira-gosto Bode na Brasa com, evidentemente, churrasco de bode e aipim cozido na manteiga de garrafa. Experimentei o Bode e fiquei freguês. Estive no Itiúba há um ano. O atendimento é digno de uma estrela. Lembro que entornamos uma garrafa na mesa e que fomos logo socorridos, com gentileza e eficiência."



Cacho, conhecido como Gustavo Rozario, diz que o arrumadinho do Bar Cruz do Pascoal, no Santo Antônio, dá tranquilamente para quatro pessoas e tem um preço justíssimo! Detalhe: esse colega é frequentador assíduo do local.


Endereços e horários de funcionamento estão no link: www.comidadibuteco.com.br/sa2009_01.htm

E o roteiro da butecagem pode ser seguido pelo mapa no endereço:
www.comidadibuteco.com.br/images/mapa_salvador.pdf

22 de set. de 2009

Um festival totalmente Lado B



Pelo décimo sexto ano, Salvador tem a honra de abrigar um festival do mais alto nível e que só nos causa orgulho. O Festival de Música Instrumental da Bahia acontece de 24 a 27 de setembro, no Teatro Castro Alves. Jazz, samba, forró, frevo; sons experimentais ou tradicionais e pesquisa se misturam em um dos mais tradicionais eventos de música da cena cultural baiana.

Como vocês podem ver, esse evento é muito mais que um motivo para adiantar a atualização desse blog para uma quarta-feira, pois só fiquei sabendo do evento ontem. Perdoem-me a falha. Mais ainda dá tempo de você ler esse post, se agendar para amanhã, se instalar em uma das confortáveis cadeiras do TCA e carpe diem! Até porque (pasmem!), o ingresso custa R$ 10 (inteira). Sexta-feira está difícil decidir para onde ir: mini jam na creperia do MAM com abertura da expoição de Sophie Calle ou TCA...

As atrações prometem encantar a platéia, a exemplo da baianíssima Orkestra Rumpilezz (http://www.rumpilezz.com/) com seu já conhecidíssimo preciosismo e originalidade (frase complicada, hein! rrsrsr...); da pernambucana (e internacionalizada) SpokFrevo Orquestra (http://www.spokfrevo.com.br/); e do violoncelista Jaques Morelenbaum, que dispensa apresentações.

Como verdadeiros heróis da resistência, os curadores do Festival - maestro Zeca Freitas e o pianista e diretor de teatro Fernando Marinho - realizam a XVI edição, que estava prevista para 2008 (a causa mais provável é falta de patrocínio - não tive tempo de apurar). Isso nos mostra o quanto devemos dar ainda mais valor a uma iniciativa como essa. Esse evento já contou com atrações nacionais e internacionais de peso e teve como local de realização o encantador Forte São Diogo. Simplesmente um luxo.

Para não perder o costume do pessoal do Lado B - tudo cabeção... rsrsr... - vai o link do belo e estilosíssimo site do Festival, exatamente na seção que conta a sua história (http://www.festivalinstrumental.com.br/festivais/historia.php). Ah, não deixe de conferir as seções de fotos, cartazes e programas relativos às diversas edições: é uma verdadeira viagem no tempo e um importante registro para a nossa cultura.

19 de set. de 2009

Sophie Calle combina com crepes

Uma das exposições mais esperadas dos últimos tempos chegou a Salvador, já tendo passado por Sampa, em ambos os casos pelas mãos de Solange Farkas, curadora do MAM-Bahia. A exposição "Cuide de você" fica em cartaz de 22 de setembro a 22 de novembro. Esse trabalho surgiu a partir da experiência de uma artista plástica francesa, Sophie Calle: seu namorado terminou o relacionamento com uma carta por e-mail (leia post "Quer sua obra num museu?).



A boa nova é que vai haver uma apresentação musical de abertura na creperia do MAM na terça, 22, a partir da 17 horas; e sexta, 26, a partir das 20 horas, com a banda base da Jam no MAM e presença da artista francesa.





Além dos crepes doces e salgados com nome de bairros de Salvador (o São Joaquim é tudo de bom), que são o forte da casa, todos os pratos são ótimos e o atendimento, primoroso.



Pode-se beber um bom vinho (para os não alcoólicos, os sucos são saborosos e criativos como limão com capim santo) e saborear uma pasta no deck ao som do mar e de uma trilha sonora de arrepiar: Chico Buarque, Vinícius de Moraes, além de artistas menos conhecidos e de outros idiomas pátrios, mas com grande talento.


A estrela da exposição já se encantou com o lugar e tem frequentado-o nos últimos dias. Então se puder chegar cedo para pegar o por do sol especialmente desse ângulo, sua alma agradece. Mas a vista noturna também não deixa a desejar. O MAM, ah, o MAM...

Fotos: http://www.sxc.hu/ e arquivo pessoal.

11 de set. de 2009

O abará e o asfalto




Sair do trabalho, de preferência numa sexta, e saborear aquele abará maravilhoso para manter o nível de dendê no sangue baiano (de nascimento ou adotado)? Não tem preço. E, para comer abará, tem que estar de pé no asfalto, ou sentado em algo bem rústico ou simples, e na companhia essencial do céu aberto lá em cima, coroando a noite com estrelas e a bela lua. Quer mais felicidade que isso?

Tudo bem, tudo bem. Eu lhe indico algo para fazê-lo ainda mais feliz. Vá ao acarajé da Jaci, no Parque Júlio César, ou naquele que fica em frente ao prédio da Petrobras, no Itaigara. O primeiro já foi reconhecido, inclusive, pelo ranking da Veja Salvador. Eu chamo atenção especialmente para o vatapá. Ah, que vatapá, meu Deus! E olha, eu saboreio abará com vatapá, salada e pimenta há cerca de quinze anos e está exatamente igual: de-li-cio-so. Gasta-se em torno de 3 reais e ainda leva gratuitamente o sorriso da Jaci com sua energia boa demais.

O segundo, ao que me consta, nunca recebeu premiação formal, mas é top entre meus amigos - pessoas de muito bom gosto; eu garanto! Deixa contar algo... Está sentado(a)? A iguaria é preparada com camarão na massa e, alguns já vêm com a pimenta! hummmmm... Dá água na boca. O preço é mais que convidativo: R$ 2,50.



Mas o melhor de tudo é a conversa gostosa entre amigos para começar o fim de semana com pé direito. Uma cervejinha (ou guaraná, pra quem não bebe álcool) tirada de um bom isopor (desses bem baratinhos que vedem no supermercado) e a resenha da semana contada entre risos, gargalhadas, tiradas filosóficas ou entre as piadas mais sem noção do mundo. E isso, não tem preço (olha o plágio, aí, gente...)!



Fotos: www.saltur.salvador.ba.gov.br e www.sxc.hu

2 de set. de 2009

Saindo do trabalho? Fique Na Rua*




– Os bares daqui de Salvador são ruins, são tipo bar cansado!

Pronto. Não poderia ter uma frase melhor para classificar a tão famosa modalidade de bares sem açúcar que teimam em existir por aí. Ou seja, aqueles bares que não empolgam nem o maior dos bêbados. São, em sua maioria, bares sem o calor dos bons, bares cinzas, sombrios, sem identidade! Não merecedor da sublime e lubrificante alcunha de bar. É um bar-menor, como diria o poeta.

Os garçons, ah, esses são os piores no bar cansado: não têm a ginga dos garçons de bar legal, que conseguem atender convincentemente cinco mesas ao mesmo tempo e ainda conversar sobre o último gol perdido pelo ataque do Vitória com mais sofredores.

Mais calma! Seus problemas acabaram, cidadão estressado, tristonho, depressivo, impreciso; que come creme de milho e acha maravilhoso, mais ou menos um vilão de novela, saca? Sujeito sem jeito.

Não saia do trabalho e vá para casa, fique na rua. Este é o lema do NA RUA BAR, uma casa que podemos caracterizar como bar legal.

Lá, acredite, até as mulheres são diferentes também: vão ao banheiro na hora certa, não dormem em cima da mesa. Nada disso.

Ah! Além disso, oferece um ambiente aconchegante e música ao vivo de terça a sábado com couvert a R$ 1,99. Tem um tira gosto que, quem vai, não pode deixar de pedir: filé mignon ao molho barbecue - se não for o melhor de Salvador, está entre os cinco mais. Melhor, é inclassificável; só provando, como fala Ricardo, o Terrível.

Ah, para terminar, o NA RUA BAR nunca, absolutamente nunca, consegue fazer com que o seu freqüentador diga:

– Ô garçom, me vê uma cerveja, pois eu quero comemorar a última vez que venho aqui!



* Texto de Samir Sousa (conhecido como Samir-san), administrador e, a partir dessa postagem, eleito pelos amigos o filósofo e o literato da hora. Ele foi apresentado ao Na Rua Bar por Alan Seixas, economista, seu parceiro nesse inspirado texto e também filósofo nas horas vagas (vivenciadas na mesa de bar, claro!). Esse point do Lado B fica ao lado do balé Rosana Abubakir, de frente pra Av. ACM. E essa blogueira que vos fala, quando lá esteve, bebeu o melhor suco de limão de sua vida!

27 de ago. de 2009

Iemanjá mora na praia do Buracão





Vou caminhando de minha casa até lá calmamente, aproveitando o brilho do sol, o azul do céu, a suavidade (ou aspereza!) do vento e a linda paisagem marítima. Essa se descortina com um encantamento incomum após percorrer um pequeno trecho da rua do Barro Vermelho, no Rio Vermelho. Do alto da escada com cerca de 50 degraus e que nos leva a essa cavidade natural, já é possível ver e perder o fôlego com a vista quase selvagem da praia do Buracão.

Com o nome oficial de praia Anita Costa, a pouco conhecida praia do Buracão tem esse apelido, dizem, justamente por causa dessa característica geológica única. De um lado o quartel do Exército, do outro os hotéis Mercury e Ibis isolam esse trecho de praia que considero um verdadeiro paraíso.


Um cantinho dos deuses em plena Salvador. A tranquilidade e limpeza do local, apesar de encravada no olho do furacão da soterópolis, o Rio Vermelho é resultado da característica de seus frequentadores: moradores ou hóspedes da região. Gente que não busca badalação e está em ooooooouuuutro ritmo. Aaahhhh!

Temos que oferecer uma salva de palmas para os frequentadores dessa localidade, raro exemplo em Salvador e Região Metropolitana de educação, consciência e espírito de coletividade. Ninguém joga lixo do chão, nem mesmo deixa as cascas de coco na areia. Por isso a areia branca do Buracão continua a contrastar com o lindo azul do mar.



A única barraca de praia que existia foi fechada, pois dizem, o espaço foi comprado pelos donos da Barraca do Lôro e atualmente está em construção (e ninguém sabe quando termina pois a cara de obra há muito tempo está ali). Ok, mais uma opção de serviço, já que apenas vendedores ambulantes atendem a praia. Mas será que essa beleza sera preservada com a chegada do "progresso"? Parece-lhe um questionamento clichê? Então vá ao Buracão e depois me responda se é ou não legítimo que eu levante essa lebre.

E por falar em natureza... O Buracão é exponencial. Experimente fechar os olhos e sentir o vento bater no rosto enquanto o mar - agitadíssimo e quase sempre azul limpíssimo - se revela uma verdadeira orquestra. E a música... é a da natureza! Mas cuidado ao se aventurar nas águas de dona Janaína. Pela força das correntes que ali se cruzam parece que é o epicentro da senhora do mar; Iemanjá mora no Buracão. E eu moro perto dela. Odoiá!

20 de ago. de 2009

Lounge da Rita*

Zinco escolheu azul, cor oficial de barraca clandestina.
Vingou!
Modernidade aportou.
Cores, formato e tamanho
Tudo mudou!
Croquetes, empadinhas e coxinhas
Certamente você provou.


Mas, e o espírito? Se transformou?

Pouca luz, poetas perdidos, literatos sem dor
E a luz? Será que ficou?

Basta chegar, e dispor.

Nesse cantinho escondido, modesto e sem pudor.
Nem os olhos mais exigentes deixam de se compor
Antes da luz, câmera e do amor.

Fica aqui a lembrança, desse lugar. Que sem amor
Não há.
Lugar comum que não nos cansamos de frequentar
Suor, colônias e fragrâncias que hão de se misturar.

Tá massa, tá bom, tá longo
Agora, há de se encerrar.



*Texto de Mosart Caíres, profissional de Relações Internacionais; e Gustavo Rozario (www.flickr.com/gustavorozario), jornalista, fotográfo e poeta incubado – depois de alguns latões de Skol numa quinta-feira de lua nova.



Gustavo avisa que essa carinhosa alcunha de Lounge foi dada por ele à segunda barraca em frente ao Boulevar 161 (Itaigara), cujo forte é o sanduíche da casa (um verdadeiro pé na porta pra balança) e que lá tem mauricinho e taxista.



Foto: www.sxc.hu

18 de ago. de 2009

Da série, sua obra no museu...

Extra, extra.... Interrompemos a nossa programação para um pequeno post - extra e urgente! (risos)

A 1ª Mostra JAM EM IMAGEM prorrogou inscrições para 22 de agosto, sábado. Blogando o site do evento:

"Você gosta de fotografar ou filmar a jam?
O que você acha de compartilhar essas imagens?
Participe da 1ª Mostra JAM EM IMAGEM.
A jam session no MAM faz 10 anos.
De 27 a 29 de agosto, além de shows, realizaremos uma mostra de imagens da jam."


Corra para o endereço www.jamnomam.com.br e veja mais detalhes da exposição e da ma-ra-vi-lho-sa programação musical com direito a participação de Elza Soares.

Aliás, esse endereço é a cara do Lado B de Salvador, porque o webdesigner espanhol-baiano Ricardo Sans fez um trabalho do mais alto nível, que me impressionou muuuuuuuiiiito. Como há muito tempo eu não me impressionava no ambiente web. Além de informativo (tudo na medida certa - nem mais nem menos), é divertido, bem humorado e bonito - não, é lindo!

12 de ago. de 2009

Quer sua arte em um museu?

Na verdade não é um museu. Para mim é O MUSEU!
O Museu de Arte Moderna, localizado na av. Contorno, conjunto arquitetônico Solar do Unhão, vai abrigar de 22 de setembro a 22 de novembro a exposição "Cuide de você". Para quem ainda não sabe, essa exposição surgiu a partir da experiência de uma artista plástica francesa, Sophie Calle: seu namorado terminou o relacionamento com uma carta por e-mail.


Engoliu seco? Pois você está no caminho errado. A artista sublimou o que lhe aconteceu com arte (E eu, fiquei fã dela. Essa mulher é o máximo!!!). Pegou a singela carta e enviou para 107 fêmeas, dentre elas, uma macaca e uma papagaia.

Sem entrar em detalhes sobre o que essas duas últimas fêmeas fizeram, o importante é que ela registrou a reação das 105 fêmeas humanas. A maior parte das respostas e reações destas mulheres pode ser vista na exposição, no Sesc Pompéia (São Paulo) até 7 de setembro, vindo em seguida para a soterópolis.




Ao entrar no blog da artista (http://blog.sophiecalle.com.br/), você vai se deparar com mais uma surpresa, expressa pelo texto a seguir:

"Você pode fazer parte da exposição Cuide de você, de Sophie Calle.
Participe enviando uma foto, um vídeo ou um texto que represente o que você sentiu ao ver a exposição.

Os trabalhos postados serão analisados por uma curadoria. Até 20 deles poderão ser escolhidos para fazer parte de uma pós-exposição no Museu de Arte Moderna da Bahia."

Como eu não poderia deixar meus amigos de fora, vou dar a seguinte sugestão. Leia a tal da carta que se segue e inspire-se: escreva, fotografe, pinte, filme... Mexa-se, enfim! Sophie mexeu-se e virou um lindo exemplo pra o mundo. Esse é o espírito Lado B: ser protagonista de sua própria história. Esqueça os outros. Siga a você mesmo.


"Sophie

Há algum tempo venho querendo lhe escrever e responder ao seu último e-mail. Ao mesmo tempo, me pareceria melhor conversar com você e dizer o que tenho a dizer de viva voz. Mas pelo menos será por escrito.

Como você pôde ver, não tenho estado bem ultimamente. É como se não me reconhecesse na minha própria existência . Uma espécie de angústia terrível, contra a qual não posso fazer grande coisa, senão seguir adiante para tentar superá-la, como sempre fiz. Quando nos conhecemos, você impôs uma condição: não ser a “quarta”. Eu mantive o meu compromisso: há meses deixei de ver as “outras”, não achando obviamente um meio de vê-las, sem fazer de você uma delas.

Achei que isso bastasse; achei que amar você e o seu amor seriam suficientes para que a angústia que me faz sempre querer buscar outros horizontes e me impede de ser tranquilo e, sem dúvida, de ser simplesmente feliz e “generoso”, se aquietasse com o seu contato e na certeza de que o amor que você tem por mim foi o mais benéfico para mim, o mais benéfico que jamais tive, você sabe disso. Achei que a escrita seria um remédio, que meu “desassossego” se dissolveria nela para encontrar você.

Mas não. Estou pior ainda; não tenho condições sequer de lhe explicar o estado em que me encontro. Então, esta semana, comecei a procurar as “outras”. E sei bem o que isso significa para mim e em que tipo de ciclo estou entrando. Jamais menti para você e não é agora que vou começar.

Houve uma outra regra que você impôs no início de nossa história: no dia em que deixássemos de ser amantes, seria inconcebível para você me ver novamente. Você sabe que essa imposição me parece desastrosa, injusta (já que você ainda vê B., R.,…) e compreensível (obviamente…); com isso, jamais poderia me tornar seu amigo.

Mas hoje, você pode avaliar a importância da minha decisão, uma vez que estou disposto a me curvar diante da sua vontade, pois deixar de ver você e de falar com você, de apreender o seu olhar sobre as coisas e os seres e a doçura com a qual você me trata são coisas das quais sentirei uma saudade infinita. Aconteça o que acontecer, saiba que nunca deixarei de amar você da maneira que sempre amei desde que nos conhecemos, e esse amor se estenderá em mim e, tenho certeza, jamais morrerá.

Mas hoje, seria a pior das farsas manter uma situação que você sabe tão bem quanto eu ter se tornado irremediável, mesmo com todo o amor que sentimos um pelo outro. E é justamente esse amor que me obriga a ser honesto com você mais uma vez, como última prova do que houve entre nós e que permanecerá único.

Gostaria que as coisas tivessem tomado um rumo diferente.

Cuide de você.

X"






Fotos: arquivo pessoal e www.sxc.hu