Crédito desta foto: eu mesma inspiradíssima...

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12 de ago. de 2009

Quer sua arte em um museu?

Na verdade não é um museu. Para mim é O MUSEU!
O Museu de Arte Moderna, localizado na av. Contorno, conjunto arquitetônico Solar do Unhão, vai abrigar de 22 de setembro a 22 de novembro a exposição "Cuide de você". Para quem ainda não sabe, essa exposição surgiu a partir da experiência de uma artista plástica francesa, Sophie Calle: seu namorado terminou o relacionamento com uma carta por e-mail.


Engoliu seco? Pois você está no caminho errado. A artista sublimou o que lhe aconteceu com arte (E eu, fiquei fã dela. Essa mulher é o máximo!!!). Pegou a singela carta e enviou para 107 fêmeas, dentre elas, uma macaca e uma papagaia.

Sem entrar em detalhes sobre o que essas duas últimas fêmeas fizeram, o importante é que ela registrou a reação das 105 fêmeas humanas. A maior parte das respostas e reações destas mulheres pode ser vista na exposição, no Sesc Pompéia (São Paulo) até 7 de setembro, vindo em seguida para a soterópolis.




Ao entrar no blog da artista (http://blog.sophiecalle.com.br/), você vai se deparar com mais uma surpresa, expressa pelo texto a seguir:

"Você pode fazer parte da exposição Cuide de você, de Sophie Calle.
Participe enviando uma foto, um vídeo ou um texto que represente o que você sentiu ao ver a exposição.

Os trabalhos postados serão analisados por uma curadoria. Até 20 deles poderão ser escolhidos para fazer parte de uma pós-exposição no Museu de Arte Moderna da Bahia."

Como eu não poderia deixar meus amigos de fora, vou dar a seguinte sugestão. Leia a tal da carta que se segue e inspire-se: escreva, fotografe, pinte, filme... Mexa-se, enfim! Sophie mexeu-se e virou um lindo exemplo pra o mundo. Esse é o espírito Lado B: ser protagonista de sua própria história. Esqueça os outros. Siga a você mesmo.


"Sophie

Há algum tempo venho querendo lhe escrever e responder ao seu último e-mail. Ao mesmo tempo, me pareceria melhor conversar com você e dizer o que tenho a dizer de viva voz. Mas pelo menos será por escrito.

Como você pôde ver, não tenho estado bem ultimamente. É como se não me reconhecesse na minha própria existência . Uma espécie de angústia terrível, contra a qual não posso fazer grande coisa, senão seguir adiante para tentar superá-la, como sempre fiz. Quando nos conhecemos, você impôs uma condição: não ser a “quarta”. Eu mantive o meu compromisso: há meses deixei de ver as “outras”, não achando obviamente um meio de vê-las, sem fazer de você uma delas.

Achei que isso bastasse; achei que amar você e o seu amor seriam suficientes para que a angústia que me faz sempre querer buscar outros horizontes e me impede de ser tranquilo e, sem dúvida, de ser simplesmente feliz e “generoso”, se aquietasse com o seu contato e na certeza de que o amor que você tem por mim foi o mais benéfico para mim, o mais benéfico que jamais tive, você sabe disso. Achei que a escrita seria um remédio, que meu “desassossego” se dissolveria nela para encontrar você.

Mas não. Estou pior ainda; não tenho condições sequer de lhe explicar o estado em que me encontro. Então, esta semana, comecei a procurar as “outras”. E sei bem o que isso significa para mim e em que tipo de ciclo estou entrando. Jamais menti para você e não é agora que vou começar.

Houve uma outra regra que você impôs no início de nossa história: no dia em que deixássemos de ser amantes, seria inconcebível para você me ver novamente. Você sabe que essa imposição me parece desastrosa, injusta (já que você ainda vê B., R.,…) e compreensível (obviamente…); com isso, jamais poderia me tornar seu amigo.

Mas hoje, você pode avaliar a importância da minha decisão, uma vez que estou disposto a me curvar diante da sua vontade, pois deixar de ver você e de falar com você, de apreender o seu olhar sobre as coisas e os seres e a doçura com a qual você me trata são coisas das quais sentirei uma saudade infinita. Aconteça o que acontecer, saiba que nunca deixarei de amar você da maneira que sempre amei desde que nos conhecemos, e esse amor se estenderá em mim e, tenho certeza, jamais morrerá.

Mas hoje, seria a pior das farsas manter uma situação que você sabe tão bem quanto eu ter se tornado irremediável, mesmo com todo o amor que sentimos um pelo outro. E é justamente esse amor que me obriga a ser honesto com você mais uma vez, como última prova do que houve entre nós e que permanecerá único.

Gostaria que as coisas tivessem tomado um rumo diferente.

Cuide de você.

X"






Fotos: arquivo pessoal e www.sxc.hu

Um comentário:

  1. Cris...eu adoro o seu blog!!! Bem q vc podia fazer um daqui de Miami.
    Bom findi!
    Bjao

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