4 de jul. de 2012
Um livro que é um viagem...
"Penso, Logo Insisto" é o primeiro livro de crônicas que a jornalista Luciana Dias, apresentadora e diretora de televisão, lança nesta quinta-feira, 5 de julho, no bairro mais badalado da city, Rio Vermelho. O livro tem uma linguagem leve, gostosa de ler, e conta fatos inusitados e curiosos. Tem ilustrações de Mônica San Galo e design de Guto Chaves. Confira detalhes abaixo no texto da Editora Aquariana - aliás, a autora é aquariana!
"Este livro nos remete a uma viagem lado a lado com Luciana Dias... dias, noites, meses e anos de uma trajetória única e fascinante! Em ritmo de crônicas, cronologicamente traçadas para rir, chorar e se identificar ou não com as impagáveis situações descritas... Compartilhando emoções, vivenciando situações reais ora maquiadas, ora escancaradas ...de uma vida incomum, a escritora sugere uma reflexão do nosso olhar sobre nós mesmos."
Luciana Dias Kritski, mais conhecida como Luciana Dias, nasceu em Curitiba. Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Paraná, já atuou na TV Tambaú (João Pessoa), produzindo e apresentando o programa TVM. Foi redatora do programa By Night na mesma emissora em 1991. No programa Mais Você, apresentado por Ana Maria Braga, apresentou e dirigiu o quadro de viagens Mais Brasil. Atualmente dirige campanhas publicitárias, documentários e filmes.
Fontes:
www.aquariana.com.br/pensologoinsisto
www.viajandocomlucianadias.blogspot.com.br
Wikipedia
Imagem: convite virtual do evento
1 de jul. de 2012
Para Roma com Amor é o novo destino da geografia de Woody Allen
Por Alberto
Freire*
O
mais recente filme de Wood Allen Para
Roma com Amor amplia a geografia cultural e cinematográfica que o diretor
americano vem traçando nos últimos tempos, após revelar as entranhas de Nova
York por meio de suas histórias, conflitos e personagens nada lineares. No
elenco estão, além do próprio diretor, Alec Baldwin, Roberto Benigni, Penélope
Cruz, Judy Davis, Jesse Eisenberg, Greta Gerwig e Ellen Page.

A
cidade de Roma já foi cenário de importantes filmes, em especial nas obras de
Federico Fellini e os neo-realistas italianos do pós-guerra, que mostraram ao
mundo que a deficiência de recursos poderia ser apropriada como importante
elemento estético e narrativo. Woody Allen opta por expor uma Roma não apenas
como uma paisagem de beleza e encantamentos naturais, históricos e
arquitetônicos. A câmera registra tudo isso emoldurado pela cultura e o modo de
vida local. No filme, o simples ato de ensinar um endereço à recém-casada
perdida na cidade revela um pouco do cotidiano de uma população que se
movimenta num trânsito que tem muita singularidade urbana no modo de dirigir. E
Allen não deixa isso de fora do filme.

Texto: Alberto Freire é jornalista e doutor em cultura e sociedade (Ufba)
Imagens: IMDb.com

Este
longa é dividido em quatro histórias que não se cruzam, vividas em Roma. Em um
delas, um casal americano (Woody Allen e Judy Davis) vai à cidade para conhecer
a família do noivo italiano de sua filha. Outra história traz Leopoldo (Roberto
Benigni), um homem comum que é confundido com uma celebridade pela mídia. O
terceiro episódio apresenta um arquiteto americano (Alec Baldwin) que visita Roma
e suas memórias afetivas da juventude. O último traz dois jovens recém-casados
que se perdem pelas ruas de Roma e uma garota de programa Ana (Penélope Cruz)
se insere entre eles.
Logo na abertura Woody Allen fascina o olhar do espectador com imagens da bela cidade, com uma trilha sonora que revela a singularidade da música italiana. Este inicial passeio cinematográfico é acompanhado pela canção Nel blu dipinto di blu (Volare), de Domenico Modugno. Eis a magia do cinema, que Allen explora de forma muito apropriada, como já fizera na abertura de Meia Noite em Paris.
As marcas registradas do diretor estão perfeitamente identificadas no filme. O embate entre o pensamento de esquerda com o mais tradicional capitalismo americano apresenta Allen, ator e diretor, com seu humor ferino e mordaz. Nesta história o nonsense também se faz presente com um cantor de ópera que só consegue se exibir debaixo do chuveiro, mesmo em teatros e para plateias de elite.

A ironia com a mídia lança luzes sobre um Roberto Benigni no papel de funcionário burocrata e comum que se transforma em celebridade imediata, sem nenhum atributo que se justifique. As perguntas dos repórteres e a respostas do novo e improvável pop star radicalizam o vazio de conteúdo que sustentam os programas televisivos que gravitam em torno do mundo glamoroso das sub-celebridades midiáticas, construídas e descartadas com a mesma velocidade e intensidade.
Nas
outras histórias que se guiam pelo fio condutor do cotidiano dos
relacionamentos, Woody Allen se reinventa. Como em outros filmes, ele expõe os
personagens às dúvidas sobre o significado existencial, as neuroses, os
conflitos interiores e os desejos explícitos ou sublimados por convenções
sociais. Tudo com o humor e a leveza tão apropriados para tratar destes temas. Nestas
fábulas o espectador ri muito, mas não sabe se ri dos personagens na tela, do
vizinho da poltrona ao lado, ou de si mesmo.


A
produção recente de Woody Allen está no processo de consolidação de uma
cartografia afetiva pelas cidades da Europa. Após esquadrinhar o território de
Nova York por vários anos, com a sutileza do olhar de quem a ele pertence,
Allen faz agora a construção de um certo atlas cinematográfico. Depois de
filmar “Match Point”, em Londres, “Vick Cristina
Barcelona”, "Meia Noite em Paris” e agora “Para Roma com Amor”, ao sair do
cinema uma pergunta se impõe. Qual será o próximo destino?
Texto: Alberto Freire é jornalista e doutor em cultura e sociedade (Ufba)
Imagens: IMDb.com
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